Brasil registrou 42.785 casos e 28 mortes até a 10ª semana deste ano; em 2024, foram 119.899 de casos no mesmo período
O Brasil registrou 42.785 casos prováveis de Chikungunya nas 10 primeiras semanas epidemiológicas de 2025.
O número representa uma queda de 64% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 119.899 casos prováveis da doença. Os dados são do Painel Epidemiológico do Ministério da Saúde.
As informações correspondem ao período de 29 de dezembro de 2024 a 8 de março de 2025. Segundo o monitoramento, 28 mortes pela doença foram confirmadas neste intervalo de tempo. Outras 45 estão em investigação.
O Mato Grosso concentra metade do número de casos prováveis do país, com 21.648 infecções. São Paulo, com 5.923 casos, e Minas Gerais, com 5.446, completam a lista de estados com números expressivos de ocorrências. Juntas, as regiões Centro-Oeste e Sudeste representam 88% das infecções confirmadas no período. No Sul, o Paraná lidera em número de casos, com 1.417. Nordeste e Norte não têm nenhum estado com mais de 600 ocorrências.
Segundo o painel do MS, o coeficiente de incidência da Chikungunya no país na 6ª feira (14.mar.2025) era de 20,1 casos para cada 100.000 habitantes. As mulheres representam 61% dos casos confirmados. Na análise por raça/cor, 54% dos infectados são pardos, 33% são brancos e 6% são negros.
O Ministério da Saúde informa que os dados disponíveis no painel são preliminares e podem ser alterados.
CHIKUNGUNYA
A chikungunya (CHIKV) é um arbovírus transmitido pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão é o Aedes aegypti, que também dissemina o Zika vírus e a dengue.
A doença foi introduzida no continente americano em 2013. Na ocasião, desencadeou epidemias em países da América Central e ilhas do Caribe. No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou a presença do vírus nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, a Chikungunya é transmitida em todo o território brasileiro.
A região Nordeste concentrava a maior parte dos casos. A partir de 2023, o vírus passou por um processo de dispersão territorial, principalmente em direção à região Sudeste.
SINTOMAS
Os sintomas são parecidos com os da dengue. Os infectados podem apresentar febre, dor de cabeça, vômitos e náuseas, dores nas articulações e atrás dos olhos, diarreia, dor de garganta, coceira, dores musculares, calafrios e manchas vermelhas na pele.
De acordo com o MS, a doença pode evoluir em três fases:
Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias
Pós-aguda: tem um curso de 15 a 90 dias
Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 90 dias após o início dos sintomas, considera-se instalada a fase crônica. Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica e pode persistir por anos.
TRATAMENTO
O tratamento da chikungunya é feito de acordo com os sintomas. Ainda não existe há tratamento antiviral específico para a doença.
O MS estimula a hidratação para os pacientes. As escolhas dos medicamentos devem ser realizadas após a avaliação do quadro clínico, com aplicação de escalas de dor apropriadas para cada idade e fase da doença.
“Em caso de suspeita, com o surgimento de qualquer sintoma, é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico e prescrição dos medicamentos, evitando sempre a automedicação”, diz o órgão.
PREVENÇÃO
A única forma de evitar uma eventual contaminação é combater o mosquito Aedes aegypti. É uma espécie que tem hábitos urbanos. Pneus, calhas, caixas d’água, vasos de planta e garrafas vazias são alguns dos principais criadouros artificiais. Para evitar a proliferação, é necessário eliminar locais onde o mosquito se reproduz, como a água parada. As recomendações do MS são:
Jogar no lixo objetos que possam acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias;
Manter a caixa d’água sempre fechada;
Colocar areia nos pratos de vasos de plantas;
Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água;
Cobrir piscinas;
Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários;
Limpar a bandeja externa da geladeira;
Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação.
Além disso, existem medidas de proteção individual:
Usar roupas compridas, como calças e camisas de manga comprida;
Usar repelentes ou Icaridina nas partes do corpo expostas;
Usar mosquiteiros sobre a cama;
Usar telas em portas e janelas;
Usar ar-condicionado.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-saude/casos-de-chikungunya-caem-64-nos-primeiros-meses-de-2025/