12 integrantes do gabinete ainda passarão por sabatinas no Senado; no 1º mandato do republicano, processo levou 98 dias
Em 6 dias de trabalho desde a posse do presidente Donald Trumo, o Senado dos Estados Unidos aprovou 3 dos 15 secretários indicados do republicano para o gabinete. Até este domingo (26.jan.2025), só Marco Rubio (Estado), Pete Hegseth (Defesa) e Kristi Noem (Segurança Interna) foram aprovados em sabatinas na Casa Alta e assumiram seus cargos. Nos EUA, os secretários são equivalentes aos ministros no Brasil.
A estratégia do 2º governo Trump é passar primeiro os nomes de setores caros, como o de segurança. Em seguida, acelerar os nomes com pouca objeção dentre os democratas. Como o Partido Republicano tem a maioria no Senado, é improvável que um indicado para o gabinete seja rejeitado.
Apesar disso, nomes mais controversos tem encontrado dificuldade mesmo entre os correligionários de Trump. Foi o caso de Hegseth, que recebeu 3 votos contrários de senadores republicanos e só foi aprovado depois do desempate pelo vice-presidente JD Vance, que também comanda o Senado.
Esse entrave pode arrastar o processo de aprovações do gabinete de Trump, que já foi conturbando em seu 1º mandato. Em 2017, o presidente só teve seu gabinete completo 98 dias depois de tomar posse. Só perde nos últimos anos para os 99 dias do governo Obama.
O Senado levou menos tempo para aprovar as indicações de presidentes anteriores. O governo do republicano George W. Bush (2001-2009) demorou só 12 dias para ter seus 15 secretários empossados. Foram 7 nomes aprovados já no 1º dia de gestão.
No 2º dia de governo do democrata Bill Clinton (1993-2001), o Senado já havia aprovado 13 indicações, enquanto base do ex-presidente Jimmy Carter (1977-1981) aprovou todos os secretários em apenas 6 dias.
Processo de indicação de secretários nos EUA
O rito para aprovação das nomeações consiste em duas sabatinas no Senado. O presidente dos EUA costuma nomear durante a transição os secretários de cada área. O indicado segue para votação no comitê designado do Senado. Caso aprovado, vai a plenário.
As votações nos colegiados podem começar antes do presidente tomar posse, em 20 de janeiro. Isso porque os senadores e deputados assumem no dia 3 do mesmo mês. Contudo, as votações em plenário dependem da posse do novo presidente. Este pode conseguir um acordo para acelerar o processo de sabatina e aprovar seus indicados no mesmo dia da posse. Trump só conseguiu esse feito para a sabatina de Marco Rubio.
Enquanto os escolhidos pelo chefe do Executivo não foram aprovados, ele precisa nomear um interino –um funcionário de carreira do departamento em questão que não precisa de aval da Casa Alta do Capitólio.
Se em até 210 dias o indicado não for aprovado, o secretário interino deve ser sabatinado pelo Senado para permanecer no cargo.
Este post foi produzido pelo estagiário de jornalismo Levi Matheus sob supervisão do editor Ighor Nóbrega.