Moradia própria e gasolina ficaram mais caras durante o mandato do democrata Joe Biden; Bolsas sobem
De novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano) tomou posse nesta 2ª feira (20.jan.2025). Ele assume o governo com um cenário econômico diferente em relação a 2020, quando deixou a Casa Branca pela 1ª vez. Destacam-se, por exemplo, a inflação e os juros mais altos.
Entenda nesta reportagem como se comportaram os principais indicadores econômicos norte-americanos desde que Trump assumiu o Executivo pela 1ª vez, em 2017.
INFLAÇÃO
O índice de preços ao consumidor do país teve alta anual de 2,9% em 2024. Era de 1,4% quando Trump terminou o seu 1º mandato, em janeiro de 2021.
Em geral, a evolução da inflação norte-americana mostra que Joe Biden (democrata) acumulou altas mais significativas que Trump de 2021 a 2024. O pico foi em junho de 2022, quando a inflação chegou a 9,1% –o maior nível em 4 décadas. A alta foi puxada sobretudo pela energia, com a gasolina subindo 11,2%.
A inflação sob Joe Biden foi influenciada especialmente pelos impactos da pandemia de covid-19. O efeito da alta nos preços se deu com a reabertura econômica, quando cadeias voltaram a operar e pacotes de estímulo massivos aumentaram a demanda agregada, pressionando o bolso do consumidor.
Além disso, a guerra na Ucrânia elevou os custos globais de energia e alimentos. Esses fatores, combinados com uma recuperação acelerada no mercado de trabalho, pressionaram o índice de preços dos EUA. Há ainda a avaliação de parte do mercado de que o ajuste da política monetária com aumento da taxa de juros veio depois do que era necessário.
O indicador é usado para medir a variação de preços. Em outras palavras, quanto o dinheiro vale de forma real.
JUROS
A taxa básica de juros dos Estados Unidos terminou 2024 com o limite superior de 4,5% ao ano, um patamar maior que o registrado ao final de 2020. O Federal Reserve (Banco Central norte-americano) é o responsável por definir a alíquota.
A alta ao final do governo Biden é uma consequência direta da inflação. O aumento do juro possibilita controlar o índice de preços. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção, impedindo que os preços cresçam mais do que deveriam.
Como mostra o infográfico abaixo, a taxa de juros ficou em patamares mais elevados durante a maior parte do governo democrata na comparação com o Trump 1.
DADOS DE EMPREGO
A taxa de desemprego dos Estados Unidos foi de 4,1% em 2024. É um patamar melhor em relação ao final de 2020, quando estava em 6,4%. Entretanto, aquele ano foi marcado pela pandemia de covid-19, quando muitos perderam seus trabalhos.
O índice ao final de 2024 é similar aos registrados em 2019 e no começo de 2020, antes da crise sanitária.
Ao considerar os empregos criados, Biden lidera. O governo do democrata teve um saldo maior que o de Trump em todos os anos de mandato. Por outro lado, apresentou uma queda constante de 2021 até 2024, o que pode indicar desaceleração da economia norte-americana.
PIB
Sem contar a pandemia, o indicador tem se mantido estável desde 2017. O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos encerrou o 3º trimestre de 2024 com crescimento de 3,1% comparado aos 3 meses anteriores.
O PIB é a soma de tudo o que o país produziu em determinado período. É um dos indicadores mais importantes do desempenho de uma economia.
CASA PRÓPRIA
O norte-americano gastou mais para comprar uma casa durante o governo Biden na comparação com a gestão de Donald Trump.
As curvas mostram que o preço médio das residências vendidas não só era mais baixo no mandato do republicano, como mais estável.
O valor médio para comprar uma casa nos Estados Unidos era de US$ 420,4 mil no 3º trimestre de 2024. Seria algo em torno de R$ 2,5 milhões, pela cotação atual.
GASOLINA
O preço do combustível por galão também foi maior durante a gestão Biden. Terminou o ano custando US$ 3,00, com uma alta expressiva em junho de 2022.
Os presidentes têm pouco controle sobre o custo da gasolina, determinados em grande parte pelo custo do petróleo bruto com a oferta e demanda global. O governo pode aumentar ou reduzir estoques de combustíveis, o que tem alguma influência sobre os valores.
De toda forma, os dados são importantes porque afetam a percepção no cotidiano dos cidadãos, especialmente da classe média.
AÇÕES
Durante a Presidência de Trump, o mercado de ações teve acentuado crescimento, que continuou sob a gestão de Biden.