10 mil mulheres se voluntariam no Rio, ES, SP, MG e 4,8 mil se inscreveram na maior parte dos Estados nordestinos; inscrições vão até 30 de junho
O 1º alistamento militar feminino voluntário já recebeu as inscrições 25.250 mulheres. A maioria delas são dos Estados do Sudeste e do Nordeste. Dados oficiais do Exército cedidos ao Poder360 mostram que o somatório das regiões militares desses locais chega a 14.892 –o que representa mais da metade do total de inscritas. O Estado do Maranhão não é contabilizado na região Nordeste porque fica na 8ª região militar, junto com Estados do Norte.
O alistamento começou em 2 de janeiro e vai até 30 de junho de 2025. Segundo o Ministério da Defesa, o alistamento é para 1 ano de serviço, mas este prazo pode ser prorrogado por até 8 anos. Há uma série de processos para conseguir integrar uma das Forças, são eles: entrevista, exames de saúde e testes físicos. Ao todo, são 1.465 vagas em disputa, distribuídas entre o Exército (1.010 vagas), a Aeronáutica (300 vagas) e a Marinha (155 vagas).
Eis abaixo como é dividida a organização das regiões militares do Brasil:
1ª região militar – engloba os Estados do RJ e ES;
2ª região militar – SP;
3ª região militar – RS;
4ª região militar – MG;
5ª região militar – SC e PR;
6ª região militar – BA e SE;
7ª região militar – PE, RN, AL e PB;
8ª região militar – PA, AP, MA;
9ª região militar – MT e MS;
10ª região militar – CE e PI;
11ª região militar – GO, TO e DF;
12ª região militar – AM, AC, RO e RR.
Stela Dantas, pesquisadora sobre a participação de mulheres nas Forças Armadas, afirma que “o alistamento feminino voluntário não resolve o problema”. Essas mulheres serão militares da ativa em 2026, mas a maioria irá para a reserva no ano seguinte. Para ela, esse é um passo inicial para uma mudança de cultura, mas ainda é pequeno.
Segundo a pesquisadora, o mais importante para uma mudança estrutural é a entrada de mulheres via concurso, porque assim elas poderão construir carreira.
Para Stela, o resultado real do alistamento não será grande, mas há benefícios. Um deles é a capacitação em diferentes áreas promovidos pelos cursos profissionalizantes oferecidos pelas Forças, que dão vantagens no mercado de trabalho. “É importante ver quem é o público feminino do alistamento, qual o perfil social delas. Olhar para o recorte social é necessário”, afirma.
MULHERES NAS FORÇAS ARMADAS
As mulheres representam ainda só 11% do contingente das Forças Armadas, depois de 45 anos após começarem a integrar a área militar no país. Elas são 37.602 dos 342.155 militares na ativa hoje no Brasil. A lei 12.705 de 2012, que permitiu o ingresso feminino em posições de combate, foi um avanço, mas ainda há muito para se evoluir, diz especialista.
O número de de mulheres na Marinha é de 9.085, correspondendo a 12,6% do efetivo. No Exército, onde há maior contingente militar no país, as mulheres representam só 6,7%, um total de 13.461. A Força Aérea é a que tem um percentual maior de participação feminina, 22% –um total de 15.056 mulheres.
Esta reportagem foi produzida pelo trainee de jornalismo do Poder360 Gabriel Lopes sob a supervisão da secretária de Redação adjunta, Sabrina Freire.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-brasil/sudeste-e-nordeste-lideram-no-alistamento-militar-feminino/