Saiba como será cada fase do conclave que escolherá o novo papa

A cerimônia começa nesta 4ª feira (7.mai); são 133 cardeais para eleger o sucessor de Francisco, sendo necessários 2/3 dos votos

Os 133 cardeais com direito de voto iniciam nesta 4ª feira (7.mai.2025) o conclave, processo de escolha do novo papa. Isolados no Vaticano, os integrantes do Colégio Cardinalício só deixarão a sede da Igreja Católica depois de elegerem o 267º pontífice.

São necessários 2/3 dos votos para que um cardeal se torne papa. E não há limite de votações. Os cardeais ficarão na capela Sistina até chegarem a um consenso sobre o sucessor do papa Francisco, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos.

O termo conclave tem origem do latim “cum clave”, que significa “com chave”. O ritual, que remonta ao século 13, é realizado na principal capela do Vaticano, onde cardeais com menos de 80 anos se reúnem para eleger o líder da Igreja Católica. Todos que têm direito ao voto são também elegíveis para o papado.

Foram preparados cerca de 200 quartos em duas casas de hóspedes. Os aposentos terão uma cama, uma mesa de cabeceira e um armário. Janelas que dão vista a locais externos do palácio também estão sendo fechadas temporariamente para evitar que os cardeais sejam afetados por elementos externos ao conclave.

As atividades oficiais começam na manhã desta 4ª feira (7.mai), com a missa votiva Pro Eligendo Romano Pontifice, às 5h (horário de Brasília), na basílica de São Pedro. A cerimônia tem como objetivo rezar pela orientação do Espírito Santo para eleger um novo papa. Participam os 133 cardeais votantes.

Às 11h30 (horário de Brasília), os cardeais se reúnem na capela Paulina, dentro da basílica de São Pedro, para rezar a Ladainha de Todos os Santos. Então, seguem até a capela Sistina, a poucos metros, onde prestarão juramento de fidelidade ao processo e de absoluto sigilo.

Depois da tradicional ordem “extra omnes”, que determina a saída de todos os não envolvidos no conclave, o cardeal Raniero Cantalamessa fará uma meditação aos eleitores. Em seguida, ele e o mestre de cerimônias deixam o local, dando início à 1ª votação. A expectativa é que a 1ª rodada seja concluída às 14h (horário de Brasília).

A partir do 2º dia de conclave, os cardeais votam 4 vezes por dia: duas pela manhã e duas à tarde (no horário de Roma). A capela Sistina ficará fechada para visitação durante o período.

Depois da contagem dos votos, todas as cédulas são queimadas ao final de cada rodada. A cor da fumaça indica o resultado. Se for preta, não houve definição; se for branca, um novo papa foi eleito. São usados produtos químicos para dar a coloração desejada.

Os cardeais repetem o juramento antes de cada turno e, se não houver escolha até domingo (11.mai), processo pode ser suspenso para oração e discussão livre entre os eleitores. Depois, se preciso, haverá até 10 dias de votação, sendo 4 por dia. Pode haver pausas e discursos dos cardeais a cada 7 sessões.

Depois da 33ª ou 34ª votação (o Vaticano não esclarece o critério), o processo vai a 2º turno. Só os 2 cardeais mais votados disputam, semelhante ao realizado nas eleições brasileiras para os cargos de presidente, governador e prefeito. Nesta etapa, fica mantida a necessidade de 2/3 dos votos.

Não há um tempo determinado para o conclave. Ele pode durar vários dias ou até semanas. Para a definição de Jorge Mario Bergoglio, ou Francisco, como santo padre, os eleitores demoraram 2 dias. Os últimos 5 conclaves não ultrapassaram 3 dias de votação. A eleição mais longa durou 2 anos e 10 meses, no ano de 1268.

Os favoritos

Não há pesquisas oficiais sobre a intenção de voto dos cardeais ou a preferência entre fiéis. Jornais especializados, contudo, elaboram uma lista com os candidatos mais “papáveis”. E alguns nomes são figurinhas carimbadas.

O italiano Pietro Parolin, número 2 de Francisco e secretário de Estado do Vaticano de 2013 a 2025, lidera as apostas. Aos 70 anos, também presidirá o conclave por ser o cardeal mais antigo com menos de 80 anos.

Outros 3 cardeais italianos aparecem com boas chances: Pierbattista Pizzaballa (60 anos), Matteo Zuppi (69) e Fernando Filoni (79). O 1º, chefe do Patriarcado Latino de Jerusalém, é visto com bons olhos por atuar em uma região importante para a Igreja e pela sua juventude. Francisco, por exemplo, assumiu o papado com 76 anos.

O filipino Luis Antonio Gokim Tagle, de 67 anos, também emerge como forte candidato. Aliado de Francisco, é visto há anos como sucessor natural de Francisco para dar sequência às reformas do pontífice argentino.

Da Ásia para a África, o cardeal Fridolin Ambongo (65), da República Democrática do Congo, pode ser o 1º negro a liderar a Igreja Católica. Assim como Parolin, Ambongo integrava o seleto Conselho de Cardeais, um grupo consultivo criado por Francisco. Por outro lado, o africano tem posições mais conservadoras que Jorge Bergoglio, como a oposição à benção de casais do mesmo sexo.

O preferido na corrente conservadora da Igreja é o húngaro Peter Erdo (72). Alçado cardeal pelo papa João Paulo 2º em 2003, é tido como um experiente diplomata e poliglota.

Outros nomes destacados pela mídia internacional são Charles Maung Bo (Mianmar, 76), José Tolentino de Mendonça (Portugal, 59) e Jean-Marc Noël Aveline (França, 66). Apesar disso, qualquer um dos 133 cardeais podem surgir na varanda da basílica de São Pedro como o 267º papa.

O novo papa

Quando um cardeal é eleito papa, ele escolhe seu nome papal e é apresentado ao público com o anúncio “Habemus Papam” —do latim “Temos um papa”. O anúncio completo é: “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam!“, que na tradução para o português significa: “Anuncio a vocês uma grande alegria: temos um papa”.

De acordo com a lista do site The College of Cardinals Report, um total de 12 cardeais figuram entre os favoritos para suceder o papa Francisco. Nenhum deles é brasileiro, nem sul-americano. Conheça o perfil de cada um nesta reportagem do Poder360.

Apesar da lista, o processo pode guardar surpresas. O cardeal Jorge Mario Bergoglio, por exemplo, não estava entre os favoritos para suceder a Bento 16, porque, aos 76 anos, era considerado já muito velho para o posto.

Depois do anúncio, o novo santo padre assume as funções em cerimônia e missa de inauguração na Praça São Pedro. Fiéis e autoridades participam.

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Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-internacional/saiba-como-sera-cada-fase-do-conclave-que-escolhera-o-novo-papa/

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