Rede social de vídeos foi desativada em dezembro de 2023 por discordar de decisões judiciais; o TSE havia determinado o bloqueio de perfis de influenciadores
O Rumble, plataforma de mídia social semelhante ao YouTube lançada no Canadá em 2013, voltou a funcionar no Brasil neste sábado (8.fev.2025). A rede social foi desativada em dezembro de 2023. Segundo o CEO da empresa, Chris Pavlovski, a decisão foi tomada por discordar com as exigências da Justiça brasileira à época.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) chegou a determinar o bloqueio de perfis e a remoção de conteúdo de usuários por postagens com teor extremista, desinformação ou de ataque às instituições.
Mais cedo, Pavlovski havia anunciado em seu perfil no X (ex-Twitter) que a rede social “poderia voltar” ao Brasil e que traria mais informações “em breve”. Por volta das 20h (horário de Brasília), o site da plataforma já estava disponível para acesso.
O Rumble atraiu personalidades da direita brasileira ao mesmo tempo em que a Corte Eleitoral passou a proferir decisões determinando o bloqueio de perfis em redes sociais tradicionais. Influenciadores como Monark, Rodrigo Constantino e Allan dos Santos passaram a produzir conteúdo na plataforma.
Em junho de 2023, o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do TSE, determinou o bloqueio dos perfis de Monark nas redes sociais, incluindo o Rumble. O influenciador havia feito uma transmissão em que levantava dúvidas sobre o processo eleitoral de 2022. O caso foi levado ao STF (Supremo Tribunal Federal) e o influenciador foi convocado para ser ouvido pela PF (Polícia Federal).
Quando surgiu, a rede social disse que tinha como objetivo oferecer uma alternativa “aos pequenos criadores de conteúdo [que] rapidamente perderam a prioridade nas plataformas existentes em favor de influenciadores, corporações e grandes marcas”.
RUMBLE & TRUMPISTAS
O Rumble ganhou popularidade em 2020 durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos. À época, a imprensa local noticiou que a abertura de contas por republicanos apoiadores de Donald Trump começou depois que o então deputado Devin Nunes criou um perfil na plataforma.
Apuração do Wall Street Journal mostrou que o Rumble recebeu financiamento de U$ 500 milhões da Narya Capital, empresa de capital de risco fundada pelo hoje vice-presidente dos EUA, J.D Vance (republicano).
Em 17 de novembro, quando Trump foi eleito presidente pela 2ª vez, Pavlovski publicou uma foto com o republicano, o empresário e dono do X, Elon Musk, e o ex-lutador e presidente do UFC, Dana White.
No Congresso norte-americano, o Comitê de Assuntos Jurídicos da Câmara dos Estados Unidos chegou a intimar o Rumble a apresentar as decisões do STF relacionadas ao funcionamento da rede social no Brasil, como parte de uma investigação sobre censura on-line.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-tech/rumble-volta-a-funcionar-no-brasil-apos-1-ano-e-2-meses-fora/