Risco de obesidade no Brasil piorou desde 2012, mostra ONU

O relatório “Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo”, divulgado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) nesta semana, cita o Brasil em 4 tabelas. O documento apresenta dados do país em 12 categorias. Houve uma melhora em 3, piora em 8 e em um caso não é possível comparar porque só há números de 2024. Leia a íntegra do documento (PDF, em inglês – 10 MB).

Houve uma piora significativa no risco de obesidade para:

crianças de até 5 anos – foi de 7,7% para 10,9% da população nesta faixa etária;
pessoas acima de 18 anos – foi de 19,1% para 28,1% da população nesta faixa etária.

Não há informações sobre as crianças e adolescentes de 6 a 17 anos.

Todos os indicadores relacionados a crianças com menos de 5 anos pioraram.

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DIETA SAUDÁVEL

O relatório mostrou também que o custo diário (em dólares) de uma dieta saudável no Brasil foi de US$ 3,15 em 2017 para US$ 4,69 em 2024 –um aumento de 49%.

A FAO considera que uma dieta saudável deve incluir “grãos integrais, leguminosas, nozes e uma grande variedade de frutas e vegetais, podendo conter quantidades moderadas de ovos, laticínios, aves e peixes e pequenas quantidades de carne vermelha”.

O cálculo do levantamento é feito com base na “Healthy Diet Basket” (ou Cesta de Dieta Saudável, em tradução livre). É calculada com base nas informações disponíveis sobre o custo de aquisição de alimentos saudáveis em cada país. Depois, os valores são convertidos da moeda local para dólar para que seja possível a comparação entre países.

O percentual da população brasileira que pode pagar por uma dieta saudável caiu de 27,1% em 2017 para 23,7% em 2024. Em números absolutos, 50,2 milhões são capazes de bancar uma dieta equilibrada.

O melhor momento, segundo o relatório, foi registrado em 2021, no 2º ano da pandemia de covid. Cerca de 62,4 milhões de brasileiros (29,8% da população) tinham dinheiro para ter uma dieta considerada saudável. Os dados coincidem justamente com o ano em que o governo pagou o Auxílio Emergencial –o programa teve início em abril e durou até dezembro.

MAPA DA FOME

Apesar de o relatório considerar que o Brasil deixou o Mapa da Fome –medida comemorada pelo governo Lula, o percentual da população sob risco de insegurança alimentar grave ou moderada subiu de 2014-2016 a 2022-2024.

Eis os dados:

insegurança alimentar grave – de 0,7% da população para 3,4%;
insegurança alimentar grave ou moderada – de 13,3% da população para 13,5%.