Foram produzidas 2,5 milhões de unidades; desempenho segue abaixo dos níveis pré-pandemia
A produção de veículos no Brasil registrou 2,5 milhões de unidades em 2024, alta de 9,7% na comparação com 2023. Os dados constam no relatório da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), divulgado nesta 3ª feira (14.jan.2025). Eis a íntegra (PDF – 4 mB).
O número corresponde a 1,9 milhão de carros de passageiros, 485,6 mil comerciais leves, 141,3 mil caminhões e 27,7 mil ônibus.
No entanto, o desempenho ainda está aquém dos níveis registrados antes da pandemia. Em 2019, ano que precedeu a crise da covid-19, o número foi 2,94 milhões de veículos, 15% superior ao número de 2024.
Segundo a associação, o desempenho fez com que o país retomasse da Espanha o posto de 8º maior produtor de veículos em 2024. Na frente, estão:
China (31,3 milhões de unidades);
Estados Unidos (11,9 milhões);
Japão (8,2 milhões);
Índia (5,6 milhões);
México (4,3 milhões);
Coreia do Sul (4,2 milhões); e
Alemanha (4,2 milhões).
NOVOS E USADOS
A soma das vendas de veículos novos e usados alcançou a marca histórica de 14,4 milhões de unidades, o maior resultado já registrado no país.
Além disso, foram emplacadas 2,635 milhões de unidades, um aumento de 14,1% em relação ao ano anterior, superando amplamente a média global de 2%. Esse foi o maior incremento nas vendas internas desde 2007.
CRÉDITO
Houve um aumento de 36% das concessões de crédito para financiamento de veículos novos e usados no ano passado.
“Claramente, há uma demanda reprimida por transporte individual que vem sendo atendida de forma crescente, graças às melhores condições de crédito. Se essas condições melhorarem e se houver uma política de renovação de frota, mais pessoas poderão optar por veículos 0km”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
No total, foram exportados 398,5 mil veículos. A Argentina e o Uruguai se destacaram pelo crescimento, conseguindo compensar as quedas nos envios para os demais países da América Latina.
As importações alcançaram o melhor desempenho dos últimos 10 anos, com 466,5 mil emplacamentos, um aumento de 33%, impulsionado pela forte entrada de veículos eletrificados, especialmente da China.
Segundo Leite, a concorrência da China fez o Brasil perder US$ 1 bilhão em exportações de veículos em 2024.
“Neste ano é preciso reequilibrar os volumes de exportações e importações, de forma a evitar um novo déficit na balança comercial, como ocorreu em 2024. Temos um Imposto de Importação muito baixo para elétricos e híbridos, o menor entre países que fabricam veículos, o que nos torna um alvo preferencial de empresas importadoras, em prejuízo de nosso parque industrial e dos nossos empregos”, declarou.