Petroleira comemora 10 anos e visa ao crescimento com campos de Wahoo e Peregrino
A Prio estima alcançar uma produção superior a 200 mil barris de petróleo por dia a partir de 2026. O número representa o dobro do registrado em 2024, quando a companhia produziu cerca de 100 mil barris diários.
A projeção foi apresentada nesta 2ª feira (23.jun.2025) pelo presidente da petroleira, Roberto Monteiro, e considera o desenvolvimento do Campo de Wahoo e a aquisição do Campo de Peregrino, ambos na Bacia de Campos.
Monteiro comentou o atual cenário global do setor. Disse que a empresa acompanha com atenção os impactos da tensão no Estreito de Ormuz, rota estratégica para o transporte de petróleo no Oriente Médio.
Ontem (22.jun.2025), o parlamento do Irã aprovou o fechamento da principal rota de exportação de produtos dos países do Golfo Pérsico e responsável pela entrega de 20% a 30% da demanda global da commodity. O avanço nas tratativas para bloquear o acesso vem depois de os EUA atacarem no sábado (21.jun) as instalações nucleares do Irã.
“Pode ter uma reacomodação [de custos], sim. É difícil precisar, é muito recente”, afirmou Monteiro.
O presidente da Prio declarou que o foco da companhia é ampliar a produção com base em ganhos de eficiência e retorno sobre investimento. “Nosso portfólio foi estruturado com esse objetivo”, disse. Segundo ele, a estratégia inclui operar apenas em campos marítimos (algo comum no Brasil), com ativos próximos uns dos outros, o que permite sinergias e redução de custos. A empresa utiliza unidades próprias de produção, como navios-plataformas.
Apesar das incertezas geopolíticas, Monteiro disse que a Prio mantém as decisões de negócio centradas na produtividade e na eficiência operacional.
HISTÓRICO
A Prio, anteriormente conhecida como PetroRio, foi fundada em um momento adverso para o setor de petróleo, em um cenário de recessão econômica no Brasil e com o preço do barril em queda no mercado internacional.
Inicialmente, a companhia contava com produção diária modesta, de cerca de 6 mil barris. O ponto de virada foi a compra do Campo de Polvo, na Bacia de Campos, anteriormente operado pela BP (British Petroleum) em parceria com a empresa de logística Maersk, que à época iniciava sua saída do setor de energia.
A Maersk, então sócia minoritária, chegou a pagar para sair do projeto, por não acreditar no potencial de retorno. “Eles achavam que o campo ia dar um prejuízo de US$ 100 milhões”, disse Nelson Queiroz, chairman da Prio.
O campo se tornou a base para o crescimento da companhia, que seguiu dobrando sua produção ao longo dos anos.
“A gente começou com 6 mil barris por dia de produção, uma coisinha pouca. Há 1 ano, a gente produzia um pouco menos de 100 mil barris por dia. Com alguns projetos em vista, hoje a gente tem o Wahoo, que depende ainda do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) […] e temos um caminho já na intenção clara para chegar em mais de 200 mil barris por dia no ano que vem”, declarou Monteiro.
O redator Caio Barcellos viajou a convite da Prio.