Jordan Lee ocupava o cargo de diretor de estratégia; o escritório cuida do caso de Mariana (MG) em Londres
O diretor de estratégia da Pogust Goodhead, Jordan Lee, anunciou que está deixando o escritório de advocacia. Sua saída é a 3ª da equipe executiva do grupo em 2 meses. A empresa é especializada em ações coletivas e cuida do processo movido por 620 mil pessoas e 46 prefeituras contra as mineradoras BHP Biliton e Vale em Londres (Reino Unido).
“Depois de 6 anos extraordinários na Pogust Goodhead, chegou o momento de dar o próximo passo na minha jornada profissional. Foi um privilégio incrível contribuir para o crescimento da empresa e trabalhar ao lado de colegas tão incrivelmente talentosos”, disse Lee em publicação no LinkedIn.
A saída de Lee segue a de Ana Carolina Salomão, que trabalhou como diretora de investimentos da Pogust Goodhead e deixou a empresa no fim do ano passado. Antes dos 2, Harris Pogust, um dos fundadores do escritório, declarou que estava deixando a empresa. O Poder360confirmou que o advogado vai se aposentar.
Em sua publicação, Lee não informou o motivo da saída ou onde trabalhará no futuro. Disse estar “esperançoso de continuar colaborando com a empresa no futuro”. Uma das pessoas a quem ele agradeceu foi Ana Carolina Salomão.
Ao site The Lawyer, um porta-voz da Pogust Goodhead disse que o “sucesso como empresa não teria sido possível” sem Ana Carolina e Jordan.
“Eles trabalharam incansavelmente para dar voz aos nossos clientes que, de outra forma, permaneceriam em silêncio. Eles estão explorando um novo empreendimento, e esperamos trabalhar em estreita colaboração com eles no futuro”, declarou.
Conforme o porta-voz, o ano de 2025 “promete ser o ano mais emocionante e bem-sucedido” para a empresa e seus clientes por causa de, entre outras coisas, o “julgamento histórico sobre o desastre da barragem de Mariana”, que está “chegando ao fim”.
Em nota ao Poder360, o Pogust Goodhead afirmou que a saída de Lee se dá com “total apoio do CEO” do escritório para lançar um novo empreendimento. Leia a íntegra da nota:
“Jordan Lee está deixando o Pogust Goodhead com total apoio do CEO Tom Goodhead para lançar um novo empreendimento que manterá uma estreita colaboração com o PG no futuro próximo. Desde 2018, sua dedicação e contribuições foram fundamentais para o sucesso do escritório.
“Com a fase de conclusão do julgamento histórico de Mariana na corte inglesa e o processo de emissões de NOx avançando para julgamento, 2025 promete ser o ano mais empolgante e bem-sucedido até agora para nossos clientes e nossa empresa.
“A saída de Jordan não tem qualquer relação com Harris Pogust, que recentemente se aposentou de sua posição como chairman do Pogust Goodhead após seis anos de liderança bem-sucedida, para se dedicar à sua fundação de caridade nos Estados Unidos.”
CORTES
Foi noticiado em novembro que o Pogust Goodhead iria cortar até 20% de sua equipe. Os cortes seriam divididos entre operações comerciais e jurídicas e abrangeria o Brasil.
A empresa prometeu, no início de 2024, que um novo programa de capital poderia permitir que seus advogados ganhassem até 2 milhões de libras (R$ 15,24 milhões), dependendo do resultado de grandes casos.
No entanto, o escritório não tem um fluxo de renda regular durante a duração dos litígios. A expansão da empresa é financiada, segundo o portal britânico Law Society Gazette, por investimentos e empréstimos comerciais, incluindo do investidor de mercados emergentes Gramercy, sediado nos EUA.
Na época, um representante do Pogust Goodhead disse ao Law Society Gazette que o escritório precisa se “reposicionar” para seguir operacional.
“Embora seja uma decisão incrivelmente difícil, é justo que, à medida que avançamos, posicionemos nossa empresa para fornecer acesso à justiça para clientes, tanto os existentes quanto os futuros. Faremos uma consulta formal com a equipe por meio de um grupo de representantes dos funcionários nas próximas semanas antes de finalizar quantas pessoas serão afetadas [pelas demissões]”, declarou.
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