Empresa diz que as manifestações em frente à sede nesta 5ª feira (30.jan) bloquearam as entradas; encontro trataria das mudanças na escala de trabalho
A Fup (Federação Única dos Petroleiros) anunciou nesta 5ª feira (30.jan.2025) que a Petrobras adiou a reunião sobre a escala de teletrabalho depois que funcionários do setor se mobilizaram em um ato no Edisen (Edifício Senado), sede da Petrobras. O estado de greve também foi aprovado nesta 5ª (30.jan).
O encontro entre a federação e gestores da empresa seria realizado às 11h no edifício. Segundo a Petrobras, em carta endereçada à Fup, as manifestações bloquearam a entrada e as garagens, impedindo o acesso dos trabalhadores, além de ter afetado indiretamente o Corpo de Bombeiros e o Inca (Instituto Nacional do Câncer).
A Fup alegou que é “mais uma atitude de desrespeito aos sindicatos” e repudiou a medida. Afirmou que o ato foi uma decisão coletiva “amplamente divulgada” e aprovada em assembleia pelos trabalhadores.
“A FUP repudia a atitude da empresa, que deveria respeitar a interlocução e a negociação coletiva e não aumentar ainda mais o impasse que a gestão criou ao alterar de forma unilateral a escala do teletrabalho. Além disso, o documento enviado à FUP, cancelando a reunião de hoje, está na contramão do respeito ao livre direito de organização dos trabalhadores”, disse em um comunicado.
A federação também alegou que a manifestação se encerrou às 10 horas e negou que tenha causado prejuízos às entidades apontadas na carta. Em um vídeo publicado no Instagram, a diretora da FUP, Cibele Vieira, disse que as pessoas sabiam que teria um ato coletivo e que o resultado da assembleia valeria para todos.
“Por que essas pessoas ficaram lá tensionando para entrar? Esses são os verdadeiros culpados pelos transtornos e não quem estava democraticamente exercendo o direito de livre organização dos trabalhadores de lutar contra uma medida unilateral da empresa”, declarou.
As assembleias dos movimentos sindicais terminaram nesta 5ª feira (30.jan) as aprovações do estado de greve dos petroleiros, conforme anúncios nas redes.
MUDANÇA NO TELETRABALHO
A diretoria da Petrobras informou em 9 de janeiro que pretendia aumentar, nos próximos meses, de 2 para 3 os dias presenciais dos empregados em teletrabalho, com exceção de PCDs (pessoas com deficiência) e pais de PCDs. Logo, os dias em home office passariam de 3 para 2. O setor se mobilizou em repúdio.
Segundo a FUP, a alteração foi anunciada sem ter tido “qualquer negociação com as entidades sindicais ou consulta à categoria”. A federação afirmou que ela impacta a vida de milhares petroleiros, “desestruturando famílias e abalando a saúde mental”. Requer a negociação de um regramento coletivo para o teletrabalho que garanta “previsibilidade, segurança e transparência”.