O subitem passagem aérea cresceu 9,02% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,09 ponto percentual).
Governo quer baixar custo
Em 14 de novembro, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que o programa Voa Brasil será lançado “no início de 2024”. O principal objetivo da iniciativa é reduzir o preço de passagens de avião.
Em 18 de dezembro, as 3 maiores empresas aéreas do Brasil apresentaram suas propostas para reduzir o preço das passagens aéreas no país. A medida faz parte da 1ª etapa do Programa de Universalização do Transporte Aéreo.
A Azul, GOL e Latam apresentaram, cada uma, iniciativas para reduzir o custo do transporte para o consumidor. As estratégias traçadas contam com uma reserva de passagens a preços mais baratos se compradas com antecedência, despacho de bagagem gratuito para compras feitas em cima da hora e aumento na oferta de assentos.
Críticas ao BNDES
Em 15 de dezembro, o CEO da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, disse que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem sido negligente em relação ao fomento da aviação nacional. Para o executivo, o banco tem errado em fechar parcerias com empresas norte-americanas do setor ao invés de oferecer linhas de crédito para as companhias brasileiras.
Em conversa com jornalistas, Rodgerson declarou que nos últimos anos o banco de desenvolvimento brasileiro privilegiou parcerias com a American Airlines e com a Fedex, empresas estrangeiras que já são competitivas por meio de subsídios do próprio governo norte-americano.
“Nos últimos 2, 3 anos, o BNDES financiou empresas americanas, mas nenhuma empresa brasileira de aviação. Então, imaginem isso: nossos impostos estão financiando ativos para a American Airlines, para a Fedex, para essas empresas subsidiadas pelo governo deles, e aqui zero para as empresas brasileiras. Eles estão financiando o país errado”, disse.
Dificuldades
Em entrevista ao Poder360, o economista José Roberto Afonso declarou que o principal desafio que as companhias aéreas enfrentam é a dificuldade no acesso ao crédito para compra de peças, manutenção e aluguel de aeronaves. Segundo ele, esse problema é um reflexo de medidas não tomadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para auxiliar as empresas que compõem o setor.
O economista explicou que as empresas se endividaram na pandemia de covid-19 devido à queda na operação de transporte de passageiros. Nesse período, avalia que o governo federal fez pouco para ajudar as aéreas, o que impediu que esse prejuízo fosse diluído entre os brasileiros. Hoje, quem paga por esse volume de dívidas contraídas é a porcentagem de brasileiros que utilizam o transporte aéreo, cerca de 10% da população.
“A opção do governo anterior foi dizer assim: ‘Os brasileiros não vão pagar a conta do rombo das companhias aéreas e elas que se virem’. Em um 1º momento, quem pagou a conta foram os fornecedores e os acionistas. Como o governo ajudou muito pouco ou quase nada, os brasileiros não pagaram a conta, quem paga é quem viaja”, disse Afonso.
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Fonte: https://www.poder360.com.br/economia/passagens-aereas-causam-impacto-forte-na-inflacao-diz-haddad/