Eleições municipais tiveram 44% de participação e ausência da principal coalizão opositora, que manteve estratégia de boicote ao pleito
O PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), liderado pelo presidente Nicolás Maduro, venceu em 285 das 335 prefeituras nas eleições municipais realizadas na Venezuela no domingo (27.jul.2025). O pleito foi marcado pela ausência da principal coalizão opositora e coincidiu com o 1º aniversário da contestada reeleição de Maduro, realizada em 28 de julho de 2024.
Segundo informações da AFP (Agence France-Presse), o presidente celebrou os resultados com apoiadores na Praça Bolívar, em Caracas, na madrugada desta 2ª feira (28.jul).
“Triunfaram a democracia e a paz, a união do povo”, declarou Maduro durante a comemoração. Com esse resultado, Maduro consolida seu domínio político no país, tendo assegurado no intervalo de um ano a presidência, o controle do Parlamento, 23 governadorias estaduais e agora a maioria das prefeituras.
Observadores relataram baixa presença nos centros de votação em diversas cidades venezuelanas durante todo o domingo (27.jul). O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que opositores acusam de favorecer o governo, informou que a participação no pleito foi de 44%, o que representa cerca de 6 milhões de eleitores.
A principal coalizão opositora, liderada por María Corina Machado, não participou do pleito, mantendo a mesma estratégia adotada nas eleições para governadores e deputados. Essa posição está relacionada às acusações de fraude nas eleições presidenciais de julho de 2024, quando o CNE proclamou Maduro vencedor sem publicar os detalhes da apuração.
“O que aconteceu entre 28 de julho de 2024 e hoje?”, questionou Machado na rede X (ex-Twitter). “Naquele dia, 70 por cento do país VOTOU EM EDMUNDO GONZÁLEZ e hoje, 90 por cento disse NÃO A MADURO”, afirmou, referindo-se ao que considera a taxa real de abstenção.
Um grupo dissidente da oposição decidiu lançar candidaturas próprias e, segundo Maduro, conquistou 50 prefeituras. O presidente chamou esse grupo de “a nova oposição”, enquanto Machado os classifica como colaboracionistas.
Para esta 2ª feira (28.jul), Maduro programou uma manifestação comemorativa do aniversário de sua proclamação como presidente.
Os Estados Unidos não reconhecem essa vitória eleitoral. Marco Rubio, secretário de Estado norte-americano, reafirmou em publicação nas redes que “Maduro não é o presidente da Venezuela, e seu regime não é um governo legítimo”, chegando a caracterizar o presidente venezuelano como líder de uma organização “narcoterrorista”.