Parecia uma cidade fantasma, diz brasileiro repatriado de Israel

“Eu estava desempregado, a minha faculdade parou, toda a minha vida está parada. Eu estava havia duas semanas só no meu quarto, sem sair, sem encontrar amigos, sem trabalhar”, falo Pedro, que tem família em São Paulo.

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Pedro Terpins morou os últimos 18 anos no Oriente Médio

Ele contou que conhecia, ao menos, 3 das pessoas que foram mortas nos ataques de 7 de outubro, incluindo a brasileira Bruna Valeanu, de 24 anos.

“Tem mais pessoas que eu ainda não sei se estão [sequestradas] em Gaza ou se estão mortos e ainda não foram descobertos os corpos”, declarou.

Mais de 1,2 mil repatriados

Até agora, a operação para repatriar brasileiros soma 7 voos que trouxeram 1.204 passageiros e 44 pets. De acordo com o MRE, as 3 cidadãs bolivianas foram incluídas no avião “após constatado o não comparecimento de passageiros brasileiros”.

A administradora Michele Antunes morava havia 5 anos em Jerusalém e descreveu o cotidiano dos últimos dias na cidade.

“Tivemos que, várias vezes, ir para bunkers. Mas nada que se aproximasse do que se passou perto de Gaza. Graças a Deus, a gente estava um pouco mais seguro, mas era um desespero porque não tinha ninguém nas ruas, todo mundo com medo de tudo”, afirmou.

Tânia Rêgo/Agência Brasil – 21.out.2023

A administradora Michele Antunes morava há 5 anos em Jerusalém e voltou ao Brasil em voo da FAB

Além de Bruna, Michele conhecia Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, o terceiro brasileiro morto pelo Hamas. A gaúcha disse que não espera voltar logo para Israel.

“Sensação de alívio, vou poder dormir tranquila”, afirmou. A mãe de Michele ficou em Israel com o marido, mas também deve retornar ao Brasil.

Parecia na pandemia

A estudante de engenharia Aline Engelender foi recepcionada no Rio de Janeiro por um abraço da mãe. Ela passou 3 meses estudando em Israel, até que foi deflagrado o confronto com o Hamas.

“Os dias foram complicados, a gente estava dormindo em um bunker, porque nunca se sabe quando iria tocar uma sirene [de alerta contra foguetes]. Evitávamos sair de casa, parecia o tempo da pandemia. A gente não estava saindo para nada, nem para supermercado”, disse a estudante que deixou familiares e amigos em Israel.

Tânia Rêgo/Agência Brasil – 21.out.2023

A estudante Aline Engelender estava em Israel há 3 meses e chegou no sábado (21.out.2023) no Brasil, onde foi recebida com um abraço da mãe

“Quando a gente encontrou com os militares da FAB no aeroporto de Israel, e eles falaram ‘agora vocês estão em cuidados brasileiros’, foi muito emocionante”, afimou Aline.

Último voo de Tel Aviv

Um avião KC-30 da FAB deve partir de Tel Aviv neste domingo (22.out), trazendo mais brasileiros, com chegada prevista para segunda-feira (23). A expectativa do MRE é a de que seja o último voo com repatriados de Israel.

“Tendo em conta as condições locais atuais e a operação regular do aeroporto de Ben Gurion, não se preveem voos adicionais para brasileiros em Israel”, informou o ministério.

De acordo com o órgão, 14 mil brasileiros viviam em Israel até o fim do ano passado. O MRE mantém a orientação para que “todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben Gurion, que segue operando”.

Brasileiros em Gaza

A Operação Voltando em Paz está de prontidão para repatriar um grupo de cerca de 30 brasileiros que está no sul da Faixa de Gaza. A aeronave VC-2 (Embraer 190), cedida pela Presidência da República, está no Cairo, capital do Egito, onde espera autorização para resgatar brasileiros.

O governo brasileiro faz gestões com Israel, autoridades palestinas e o Egito para que os brasileiros possam deixar a Faixa de Gaza.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: https://www.poder360.com.br/internacional/parecia-uma-cidade-fantasma-diz-brasileiro-repatriado-de-israel/

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