Datafolha mostra que percentual de apoiadores das duas principais forças políticas do país coincide na margem de erro
Pesquisa Datafolha conduzida de 12 a 14 de junho indica que o saldo da eleição presidencial mais apertada da história brasileira – em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou Jair Bolsonaro (PL) por 1,8 ponto percentual (50,90% x 49,10%) no 2º turno– é a cristalização do cenário polarizado no país.
Questionados sobre com qual das duas forças políticas mais se identificava, 29% dos entrevistados se disse petista, enquanto 25% se vê como bolsonarista. Os percentuais empatam tecnicamente na margem de erro da pesquisa –de 2 p.p. para mais ou para menos.
O resultado indica derretimento gradual na identidade dos eleitores do PT desde dezembro de 2022. Naquele mês, auge do período em que acampamentos nos QGs do Exército pediam a anulacão da vitória de Lula, havia o mesmo número de bolsonaristas captado pelo Datafolha em junho: 25%. Petistas, porém, eram 32%.
Leia a evolução do quadro:
dez.2022: Petistas (32%) e bolsonaristas (25%);
mar.2023: Petistas (30%) e bolsonaristas (22%);
jun.2023: Petistas (29%) e bolsonaristas: 25%.
A pesquisa também perguntou aos entrevistados sobre o grau de identificação em uma escala que vai de “totalmente bolsonarista” a “totalmente petista”. Nesse arranjo, só 8% não se identifica na esfera de influência de nenhum dos 2.
Conforme o recorte, 32% estão mais próximos do campo de Bolsonaro e 39% do de Lula.
Leia abaixo:
totalmente bolsonarista: 25%
mais próximo do bolsonarismo: 7%
neutro: 20%
mais próximo do petismo: 10%
totalmente petista: 29%
nenhum: 8%
não sabe: 2%
A pesquisa ouviu 2.010 pessoas em 112 municípios brasileiros de 12 a 14 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos em um intervalo de confiança de 95%.
Aprovação de Lula fica igual a de Bolsonaro após 6 meses
No sábado (17.jun), o Datafolha mostrou que a avaliação do governo Lula está muito próxima, quase empatada no limite da margem de erro, à da gestão de Bolsonaro depois de 6 meses de governo. Dos entrevistados, 37% consideram o governo ótimo ou bom e 27%, “ruim ou péssimo”. Outros 33% afirmam que a gestão do petista é “regular”.
Neste mesmo momento do mandato, Bolsonaro registrava 33% de aprovação e 33% de reprovação, o que fica próximo de um empate técnico no limite na margem de erro.
Lula tem uma ligeira vantagem numérica, mas do ponto de vista estatístico é pouco para dizer que está realmente à frente das taxas de aprovação registradas por Bolsonaro depois de 6 meses no Palácio do Planalto.