NCAA proíbe atletas trans em competições femininas

Associação que comanda esporte universitário nos EUA afirma que conselho tomou medida após decisão de Trump

A NCAA (National Collegiate Athletic Association), associação que organiza o esporte universitário nos EUA, proibiu, na 5ª feira (6.fev.2025), a participação de atletas transgênero em competições universitárias femininas.

A medida entrou em vigor imediatamente depois que o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), assinou um decreto sobre o tema na 4ª feira (5.fev). O republicano ameaçou cortar verbas federais de instituições educacionais que permitam essa participação.

As mudanças na política da associação foram divulgadas em nota no site da NCAA.

Charlie Baker, presidente da NCAA, disse que o decreto de Trump estabelece um “padrão nacional claro” para as competições. “Acreditamos que critérios de elegibilidade uniformes servem melhor aos estudantes-atletas de hoje, em vez de um conjunto fragmentado de leis estaduais e decisões judiciais”, declarou.

A nova política:

restringe competições femininas apenas a atletas designadas mulheres ao nascimento;
permite que atletas transgênero treinem com equipes femininas;
mantém benefícios como atendimento médico para todos os atletas;
exige que instituições ofereçam suporte de saúde mental.

A medida afeta diretamente cerca de 10 atletas transgênero entre os mais de 500 mil estudantes que participam de competições da NCAA em 1.100 instituições.

Suzanne Goldberg, professora de Direito da Universidade Columbia, criticou a rapidez da mudança. “Uma reversão de 180 graus em um dia sugere que não houve base em evidências”, declarou ao jornal The New York Times.

A professora disse que a política pode resultar em questionamentos invasivos para atletas suspeitas de serem transgênero.

O decreto assinado por Trump, chamado de “Manter os Homens Fora dos Esportes Femininos” baseia-se na interpretação do Título IX, uma lei de 1972 que proíbe discriminação sexual em programas educacionais com financiamento federal.

O Departamento de Educação anunciou que investigará a Universidade da Pensilvânia e a Universidade Estadual de San Jose por possíveis violações de direitos civis.

Em San Jose, 5 times de vôlei boicotaram partidas na última temporada devido à presença de uma atleta transgênero na equipe.

Em setembro, o Poder360 mostrou que 26 Estados dos Estados Unidos adotaram políticas que impedem estudantes transgêneros de competir em esportes de acordo com sua identidade de gênero. O levantamento é do centro de pesquisa Movement Advancement Project. Leia a íntegra (PDF – 446 kB, em inglês).

 

Leia mais:

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-internacional/ncaa-proibe-atletas-transgenero-esportes-femininos/

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