NBA capta fãs das redes e os transforma em clientes

Por meio da jornada do fã, a liga capta torcedores em redes sociais e aumenta receitas; NBA vai por caminho inverso de clubes do Brasil

Os esportes foram ultrapassados por novas tecnologias e pelo ambiente digital, mas muitos clubes e equipes esportivas em todo o mundo continuam sendo predominantemente analógicos.

A análise divulgada na 5ª (17.jan.2025) pela Sports Value mostra o modelo esportivo atual na era digital.

POSTAR NAS REDES NÃO É TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

Os esportes têm um grande impacto no mundo digital, mas a receita gerada é extremamente baixa. O foco excessivo em postar nas redes para ganhar curtidas e visualizações cria valor nas mídias sociais, mas segue uma mentalidade analógica.

Os clubes utilizam o ambiente digital para aumentar a receita com patrocínios—um maior impacto leva a contratos melhores. Embora isso seja positivo, também é limitado. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente a Inteligência Artificial, surgem enormes oportunidades para gerar receita no ambiente digital.

Um único clube, como o Real Madrid ou o Barcelona, pode gerar mais de 3 bilhões de interações e visualizações anualmente nas mídias —isso representa bilhões de dólares em um ambiente digital altamente profissionalizado.

Vendas de produtos licenciados e de patrocinadores, assinaturas digitais, marketing de varejo, live commerce e experiências personalizadas—há uma infinidade de possibilidades.

O modelo atual enriquece Meta, YouTube e TikTok, mas não gera receitas efetivas em larga escala para os clubes. Eles fornecem o ouro, mas só recebem as migalhas, é o que determina a análise.

A RECEITA DE ENGAJAMENTO DE TORCEDORES

As receitas globais de engajamento de fãs, segundo a Telecoming, devem crescer de US$ 15 bilhões em 2024 para US$ 30 bilhões até 2028.

Os clubes precisam mudar seu foco para um plano estratégico digital, tratando as plataformas de mídias sociais como uma ferramenta de aquisição de clientes para seus serviços e produtos digitais.

Além de curtidas ou exposição de marcas patrocinadoras, o foco deve estar na monetização de conteúdo digital em múltiplas frentes.É possível gerar milhões de dólares ao vivo, aproveitando o poder da marca, com jogadores estrelas e audiências digitais fragmentadas. 

A NBA MOSTRA O CAMINHO: JORNADA DO FÃ

A NBA( National Basketball Association), junto com outras ligas e equipes, tem um impacto significativo no espaço digital, liderando globalmente em visualizações de vídeo.

“Essa imagem da NBA mostra os erros que estão sendo cometidos por clubes e ligas do mundo todo, não só do Brasil. No Brasil está bem claro, os erros que acontecem”, afirmou Amir Sommogi, diretor da Sports Value.

 

ANÁLISE

“A NBA entendeu que as redes sociais são parte integrante da jornada do fã, diferente do que o Flamengo faz, do que o Barcelona faz, que estão lá postando e recebendo curtidas visando esse fim na história toda que é a curtida, o vídeo view, a curtida na rede social, a NBA entende que a rede social é a captação de novos clientes pros seus negócios, especialmente negócios digitais como o NBA League Pass e commodites pra venda de produtos, assistir aos jogos na televisão, na internet.

“O que acontece, o businees não é postar, é usar a postagem pra pegar novos clientes e aumentar as receitas. Então o grande erro de todos os times e ligas pelo mundo é não entender esse processo de vamos buscar nossos clientes nas redes sociais, tirar das redes sociais as receitas e ficar pra gente essas receitas. Não faz sentido Flamengo ou Barcelona fomentar as receitas da META OU do youtube ou do tiktok, porque é isso que eles acabam fazendo, pq quando flamengo publica, quando barcelona publica, o tiktok vende publicidade, o instagram vende publicidade, é através dessa postagem que eles tem essa receita.

“Então a NBA percebeu que a jornada do fã se inicia na rede social mas que ele tem que tirar da rede social e levar esse fã para uma plataforma própria, segura e controlada para gerar receita.

“As grandes mudanças que as ligas têm que ter, que os próprios times tem que ter, é encarar  rede social como um captador de clientes e não um lugar pra ficar divulgando seus conteúdos premiuns.

“O caso do YouTube chega a ser vergonhoso, a Caze Tv, por exemplo, tem jogos transmitidos inteiros, sem nenhum valor, só quem ganha é a Caze Tv que é proprio YouTube. Então esse é o grande ensinamento desse fã  journey da NBA, que nos ensina exatamente o que temos que fazer, que é o contrário do que estamos fazendo”, finalizou Amir.

O foco da liga não está em entregar o ouro para as Big Techs. Mas em envolvê-las como parte da jornada do fã. A partir de um like ou visualização de vídeo, o objetivo é capturar esse cliente e transformá-lo em um cliente ativo e motivado.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-sportsmkt/nba-capta-fas-das-redes-e-os-transforma-em-clientes/

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