Integrantes do governo avaliam que a prioridade dos partidos nas próximas semanas será a votação da isenção do IR
Ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com experiência no Congresso Nacional avaliam que não deve prosperar nas próximas semanas o requerimento para criar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), formada por deputados e senadores para investigar as fraudes no instituto.
Lula desembarcou em Pequim no sábado (10.mai.2025) e ficará na cidade até 3ª feira (14.mai). A expectativa é que sua comitiva —composta majoritariamente por ministros (leia a lista completa abaixo)— ajude o governo a fechar 16 acordos durante a viagem.
À distância, ministros avaliam que, mesmo com o número suficiente de assinaturas no Congresso para instaurar a investigação, as lideranças partidárias devem segurar o requerimento e aguardar mais apurações da PF (Polícia Federal) sobre as fraudes no órgão. Os motivos, segundo os ministros, seriam:
a investigação emperraria votações importantes e com impacto econômico como a isenção do imposto de renda;
congressistas da oposição que tinham mandato no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não desejam a CPMI.
De acordo com os ministros, existe um clima no Congresso para terminar o ano de forma positiva na agenda econômica.
Outro fator que pesa, segundo os membros da Esplanada, é que os trabalhos da CPMI podem respingar em membros do Centrão, já que o roubo do dinheiro dos idosos percorreu ao menos 2 governos.
Se por um lado a oposição vai pressionar o aumento dos descontos sobre o 3º mandato de Lula, o governo apostaria sua narrativa de que foi a gestão Bolsonaro o marco zero dos desvios.
A oposição conseguiu 241 assinaturas no requerimento de criação da CPMI do INSS na 2ª feira (5.mai). O pedido foi assinado por 32 senadores e 209 deputados. O mínimo para que o pedido seja protocolado é de 27 senadores e 171 deputados.
A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) foram as responsáveis por colher as assinaturas.
Fernanda não era deputada no governo anterior e Damares foi ministra das Mulher, Família e Direitos Humanos durante toda a gestão Bolsonaro –até sair para concorrer ao Senado.
Como mostrou o Poder360, o Planalto já articula estratégias para reagir à péssima repercussão do esquema de fraudes no INSS. A ordem é abafar o caso com algum fato que tenha potencial para se tornar um escândalo de corrupção durante a gestão de Bolsonaro.
VIAGEM DE LULA
A visita oficial em Pequim começa na 2ª feira (12.mai), quando Lula participará do seminário Brasil-China, organizado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Já na 3ª feira (13.mai), o chefe do Executivo brasileiro participará da abertura do 4º Fórum China-América Latina e Caribe pela manhã. À tarde, Lula terá encontros bilaterais com as seguintes autoridades chinesas:
presidente da República Popular da China, Xi Jinping;
presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji;
primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang.
Neste domingo (11.mai), não há compromissos oficiais na agenda do presidente. Essa é a 5ª vez que Lula viaja para a China como presidente do Brasil.
QUEM ACOMPANHA O PRESIDENTE
Lula está acompanhado da primeira-dama Janja, de ministros e autoridades durante sua passagem pela China. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi com o chefe do Executivo.
Ministros já confirmaram presença, como Alexandre Silveira (Minas e Energia). Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) é o principal nome da equipe econômica.