Empresário afirma estar arrependido depois da troca de postagens ofensivas com o presidente norte-americano no X
O empresário Elon Musk disse que suas publicações sobre o presidente Donald Trump (Partido Republicano) “foram longe demais”. Eles protagonizaram discussão nas redes sociais, com acusações por parte do dono do X de que o republicano teria sido citado nos arquivos relacionados ao esquema de tráfico sexual do bilionário Jeffrey Epstein (1953-2019).
“Eu me arrependo de algumas das publicações sobre o presidente Donald Trump na semana passada. Elas foram longe demais”, disse Musk, em postagem no X nesta 4ª feira (11.jun.2025). A troca de acusações pública se deu depois de o empresário deixar o Doge (Departamento de Eficiência Governamental) no fim de maio.
O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance (Partido Republicano), disse que Musk cometeu um “grande erro” ao discutir com Trump. A declaração foi dada em entrevista ao comediante Theo Von na 6ª feira (6.jun).
Vance negou categoricamente as acusações feitas pelo empresário de que o líder norte-americano estaria envolvido no esquema de Epstein. “De jeito nenhum. Donald Trump não fez nada de errado com Jeffrey Epstein”, declarou o vice-presidente.
Entenda a cronologia do embate entre Trump e Musk:
O empresário deixou o cargo 1 dia depois de dizer à imprensa que estava “decepcionado” com o pacote fiscal de Trump. Segundo agências independentes da Câmara dos EUA, o projeto de lei adicionaria mais de US$ 2 trilhões de deficit às contas públicas em 10 anos.
Já fora do governo, na 3ª feira (3.jun), Musk criticou, em seu perfil no X, o “grande e lindo” projeto de lei e o chamou de “abominação repugnante”. Disse que “não aguentava mais” não criticar o pacote.
Na 5ª feira (5.jun), durante encontro na Casa Branca com o chanceler alemão Friedrich Merz, Trump foi questionado sobre as declarações de Musk. Afirmou estar “muito desapontado” com o dono da Tesla e disse que o empresário conhecia o pacote fiscal.
Declarou ainda que “mandou Musk” embora do governo porque o empresário estaria irritado com o encerramento do que chamou de “mandato do carro elétrico”, em referência às políticas de eletrificação do seu antecessor Joe Biden, que incentivavam a produção de veículos sustentáveis nos EUA.
“Eu preferia que ele [Elon Musk] me criticasse do que criticasse a lei. Ele conhecia esse projeto melhor do que ninguém e só teve problema quando descobriu que eu cortaria a obrigatoriedade de veículos elétricos”, disse o presidente dos EUA na Casa Branca.
No mesmo dia, em seu perfil na Truth Social, o republicano disse que Musk ficou “louco” por criticar a proposta. Disse que “a forma mais fácil de economizar bilhões de dólares” do Orçamento seria cancelar os subsídios governamentais das empresas de Musk.
Em resposta, o empresário afirmou que o governo “nunca” mostrou o pacote fiscal a ele nem “uma única vez”. Segundo Musk, o projeto foi aprovado “na calada da noite” e “quase ninguém no Congresso conseguiu lê-lo”.
Algumas horas depois, o empresário escreveu em sua conta no X que, sem ele, Trump teria perdido a eleição. Pouco depois, afirmou que o nome do presidente norte-americano estaria nos “Epstein Files”, arquivos que descrevem o esquema de tráfico sexual e prostituição de menores conduzido pelo bilionário norte-americano Jeffrey Epstein (1953-2019).
Ainda na 5ª feira (5.jun), Musk disse que encerraria as atividades da nave espacial Dragon, fabricada pela SpaceX para atender ao governo norte-americano. A nave é usada pela Nasa para levar astronautas à Estação Espacial Internacional. Horas depois, voltou atrás na decisão.
Na 6ª feira (6.jun), Musk fez uma enquete em seu perfil, perguntando aos seus seguidores se seria necessário que um novo partido político fosse criado nos EUA. 80% das respostas foram positivas.
No mesmo dia, durante conversa com jornalistas, Trump disse que não pretende conversar com Musk e que “não está pensando” no empresário.
No sábado (7.jun), o empresário voltou atrás do que disse contra Trump e apagou o post que fez no X o associando a Jeffrey Epstein.