Camilo Santana (Educação) foi quem mais falou à imprensa da família Marinho com 23 entrevistas exclusivas
Os ministros da Esplanada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concederam 333 entrevistas ao Grupo Globo em 2024. Levantamento do Poder360 considerou o período que vai de 1º de janeiro de 2024 a 31 de dezembro de 2024. Contabilizou as entrevistas ao jornal O Globo, Valor Econômico, GloboNews, Rádio CBN, g1, TV Globo e afiliadas.
O ministro Camilo Santana (Educação) é o que mais fala à imprensa da família Marinho: deu 23 entrevistas exclusivas. É seguido pelos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Nísia Trindade (Saúde), que falaram, cada um, 18 vezes.
Os ministros repetem o exemplo de Lula. Em 2024, o petista concedeu 43 entrevistas exclusivas, sendo 8 aos veículos do Grupo Globo. O número é maior do que o de 2023, quando o petista falou só 3 vezes ao grupo.
Considerando os 2 anos de seu 3º mandato, Lula deu 65 entrevistas exclusivas à imprensa. Nas duas ocasiões, priorizou as rádios.
Os levantamentos foram realizados com base nas agendas de compromissos divulgadas pelas autoridades e na divulgação das entrevistas pela mídia.
COMUNICAÇÃO NO GOVERNO LULA
O governo Lula repete uma estratégia que usou em décadas passadas ao privilegiar TVs para falar ao público. Há controvérsia a respeito da eficácia da prática, com o aumento da relevância das redes sociais –o que tem incomodado o próprio presidente e motivado trocas na Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República). A última foi na 3ª feira (7.jan) do chefe da pasta, o agora ex-ministro Paulo Pimenta. O marqueteiro da campanha de Lula Sidônio Palmeira assumiu o comando da secretaria.
Sindônio levou Lula ao 3º mandato em 2022. Continuou se relacionando com o presidente como uma espécie de conselheiro informal. Passou a frequentar cada vez mais o Palácio do Planalto nos últimos meses e, diante dos apelos do presidente e de aliados, cedeu.
Antes, Lula já havia feito duras críticas à comunicação do seu governo. Disse, em dezembro de 2024, haver um equívoco de sua parte por não organizar entrevistas com jornalistas e cobrou a realização de uma licitação para mídia digital. Afirmou que a questão é uma de suas preocupações para resolver a partir de 2025, porque a população precisa saber das realizações de sua gestão.
“Há um erro no governo na questão da comunicação e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame que não está se comunicando bem”, declarou o presidente na ocasião.
A ida de Sidônio para o governo também tem como objetivo dar início à estratégia para uma eventual candidatura de Lula à reeleição em 2026 ou para a formatação de um sucessor.
Pimenta, por sua vez, deve assumir outro posto no governo, como a Secretaria Geral da Presidência, atualmente comandada por Márcio Macêdo, ou a Liderança do Governo na Câmara, já que foi eleito deputado federal em 2022.
O atual secretário de Imprensa, José Chrispiniano, também deve deixar o cargo. Em seu lugar, assumirá Laércio Portela, que foi ministro interino da Secom de maio a setembro de 2024, quando Pimenta se licenciou do cargo para se dedicar a um ministério extraordinário criado para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul, atingido por fortes enchentes. Laércio atualmente é secretário de Comunicação Institucional, responsável pela articulação da secretaria com outros ministérios.
Sidônio deve promover outras mudanças importantes na Secom. Teve o aval do chefe do Executivo para montar sua equipe como quiser. Alguns nomes ligados diretamente a Lula e à primeira-dama Janja Lula da Silva, porém, devem ficar.
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