Presidente já visitou 35 países e deve embarcar em 14 de junho para o Canadá, onde vai participar dos 3 dias de reuniões do G7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva retornaram nesta 2ª feira (9.jun.2025) ao Brasil depois de 6 dias na França. O avião pousou em Brasília por volta das 22h. O petista completou 114 dias fora do país desde que voltou ao Planalto em 2023. Ele deve embarcar no sábado (14.jun) para o Canadá –foi convidado a participar da próxima reunião do G7, que será realizada em Kananaskis, cidade da província de Alberta, de 15 a 17 de junho de 2025 (leia mais ao final do texto).
A primeira-dama completou 136 dias no exterior no 3º mandato de Lula. São 24 a mais que o presidente. Janja já representou o governo brasileiro em duas ocasiões, embora não tenha cargo público. Leia mais na reportagem completa do Poder360 (publicada antes da viagem à França).
Na França, Lula ficou em hotéis que cobram mais de R$ 60.000 por uma diária –como é o caso da suíte presidencial do Hotel InterContinental Paris Le Grand, na capital francesa. As diárias do presidente na França foram pagas pelo governo francês, mas esse privilégio não se estende, necessariamente, à comitiva do petista.
Em Nice, cidade visitada por Lula, ele ficou hospedado no Hotel Negresco. As diárias têm um valor mínimo de R$ 6.700 e podem chegar a R$ 35.700. Segundo o site do hotel, o local foi fundado em 1913 e reúne peças de arte do século 18. Fica próximo à praia e é considerado 5 estrelas.
Em fala a jornalistas em Paris no sábado (7.jun), Lula disse que não está preocupado com os custos das viagens internacionais que realiza, mas com os resultados que traz ao Brasil.
“De vez em quando as pessoas perguntam quanto a gente está gastando para fazer essa viagem. Eu não sei quanto estou gastando, porque eu não cuido disso. Mas eu sei quanto eu estou levando de volta para o Brasil”, disse Lula.
Segundo o presidente, empresas francesas anunciaram intenção de investir R$ 100 bilhões no país nos próximos 5 anos. Também citou aportes que teriam sido obtidos em viagens anteriores, como à China e ao Japão, sem dar detalhes.
Leia no infográfico abaixo o resumo das viagens de Lula e de Janja:
LULA E MACRON
Lula chegou a Paris na 4ª feira (4.jun). O chefe do Executivo participou de uma cerimônia da Esplanada dos Inválidos, em Paris, ao lado do líder francês, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), na 5ª feira (5.jun).
Em conversa com jornalistas junto de Macron, Lula classificou a guerra na Faixa de Gaza como “genocídio premeditado” e disse que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita) está guerreando contra os interesses de seu próprio povo. No momento de sua fala, Lula fez uma pausa, emocionado, e disse ser importante que “as potências mundiais deem um basta nisso”.
Lula também citou, na ocasião, a guerra na Ucrânia. Afirmou que a “insanidade mental” por trás da guerra entre russos e ucranianos “está mais que provada” e disse que, desde o início do conflito, o Brasil tem se posicionado contra a ocupação do território ucraniano.
O chefe do Executivo relembrou a declaração conjunta que assinou com a China saudando as iniciativas de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. Pediu que o presidente Vladimir Putin participe pessoalmente das negociações, já que seria um “sinal” que ele faria ao mundo de que está interessado na “construção da paz”.
Por fim, pediu que Macron “abra seu coração” para finalizar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Lula disse que não pretende deixar a presidência do bloco sul-americano sem que as tratativas estejam concluídas.
PRÓXIMA PARADA: G7
Lula deve ficar poucos dias no Brasil antes da próxima viagem. Ele foi convidado a participar da próxima reunião do G7, que será realizada em Kananaskis, cidade da província de Alberta, no Canadá, de 15 a 17 de junho de 2025.
Será o 1º encontro do chefe do Executivo brasileiro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano).
Lula disse que convidará Trump para a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que será realizada em novembro em Belém (PA) e, se necessário, ligará para o líder norte-americano.
“Se até perto [da data da COP] o Trump não confirmar que vem, eu pessoalmente vou ligar para ele e falar ‘ô cara, a COP aqui no Brasil, vamos discutir esse negócio’. Os Estados Unidos são um país muito importante, muito rico, mas também poluiu muito e polui ainda. Então, como ele não vai participar?”, disse Lula.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, também deve ser convidado para o G7, já que é o atual presidente do G20, que reúne as maiores economias do mundo. É tradição ter o representante do grupo nas cúpulas do G7. Também participam representantes do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Mundial e da OMC (Organização Mundial do Comércio).
O G7 é formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-governo/lula-volta-da-franca-e-completa-114-dias-fora-do-brasil/