Lula fala em “terrorismo”, mas relativiza ataque do Hamas a Israel

Presidente repudiou ação de extremistas e ao mesmo tempo disse ser necessário trabalhar por um Estado palestino “dentro de fronteiras seguras”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repudiou neste sábado (7.out.2023) os “ataques terroristas” do Hamas contra Israel, mas relativizou a ação do grupo extremista ao escrever sua mensagem em tom adversativo e defender ser necessário trabalhar por um “Estado Palestino economicamente viável” e “dentro de fronteiras seguras”.

“O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, publicou em seu perfil no X.

O ataque surpresa do Hamas a Israel neste sábado deixou pelo menos 100 mortos, segundo o Magen David Adom (serviço de emergências médicas do país). Em resposta, Israel bombardeou alvos na Faixa de Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde palestino, 198 palestinos morreram.

O vice-presidente Geraldo Alckmin também repudiou os ataques.

“Repudio os ataques aéreos e terrestres, com relatos de sequestros de civis, vindos de Gaza contra o território do Estado de Israel. Os ataques devem cessar imediatamente, como pede o posicionamento do Itamaraty. A retomada das conversas pela paz na região é fundamental. Meus sentimentos aos familiares das vítimas”, escreveu em seu perfil no X.

Leia o que se sabe da guerra em Israel até agora:

o grupo extremista Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro;
cerca de 2.000 foguetes foram disparados da Faixa de Gaza; extremistas também teriam se infiltrado em cidades israelenses –há relatos de sequestro de civis;
os ataques se concentram principalmente em cidades do sul e do centro israelense –incluindo Jerusalém;
Israel respondeu com bombardeios em alvos na Faixa de Gaza;
o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas e disse que o país irá vencer;
o conflito já deixou 298 mortos (100 israelenses e 198 palestinos) e centenas de feridos;
líderes mundiais como Joe Biden e Emmanuel Macron condenaram os ataques –entidades judaicas fizeram o mesmo;
o Itamaraty anunciou que irá pedir uma reunião de emergência na ONU para discutir o conflito;
Lula se disse chocado e chamou os ataques do Hamas de “terrorismo”;
Arthur Lira e Rodrigo Pacheco também se pronunciaram e fizeram apelo pela paz;
Bolsonaro repudiou os ataques e associou o Hamas a Lula;
FOTOS E VÍDEOS – veja imagens da guerra.

LULA & GUERRA NA UCRÂNIA

Não é a 1ª vez que Lula se pronuncia de maneira ambígua em relação a um conflito externo. O presidente disse em pelo menos duas oportunidades (em entrevista à revista Time e depois ao falar com jornalistas nos Emirados Árabes) que Rússia e Ucrânia eram igualmente culpadas pela guerra iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa.

As declarações de Lula sobre o conflito na Ucrânia renderam críticas ao petista:

7.jun.2023 – a revista francesa L’Express disse que Lula não era mais Lula;
23.jun.2023 – o jornal francês Libération chamou Lula de “decepção” e “falso amigo do Ocidente”.

Em julho de 2023, Lula declarou que não queria se “se meter na guerra” e que sua “guerra” era no Brasil, contra a fome, o desemprego e a pobreza.

Fonte: https://www.poder360.com.br/governo/lula-fala-em-terrorismo-mas-relativiza-ataque-do-hamas-a-israel/

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