Lula desembarca em Pequim sob tensão entre EUA e China

Presidente brasileiro chega ao país asiático, onde se reunirá com Xi Jinping pela 2ª vez em 6 meses; participará de fórum de nações latino-americanas e caribenhas nos próximos dias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou neste sábado (10.mai.2025) em Pequim, na China, às 12h40 (horário de Brasília). No horário chinês já eram 23h40. A viagem faz parte de uma visita oficial de 4 dias ao país asiático, com foco em acordos comerciais, transição energética e reforço das relações diplomáticas.

Lula terá uma reunião com o presidente da nação asiática, Xi Jinping. É a 2ª vez que ambos se encontram em menos de 1 ano, porque o chinês esteve no Brasil em novembro de 2024 para a Cúpula do G20. O encontro entre os líderes está marcado para 3ª feira (13.mai), em Pequim. O compromisso vem durante as tensões causadas pela guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos de Donald Trump (Partido Republicano).

O norte-americano impôs em abril uma série de tarifas para produtos importados de diversos países. Depois, recuou e suspendeu a política protecionista para os parceiros comerciais –com exceção da China, que havia retaliado. As taxas mútuas das duas maiores economias do mundo ultrapassaram 100%, o que torna o comércio entre ambos inviável.

Um dos objetivos de Lula na viagem é diversificar os produtos vendidos para o país asiático. Há o interesse brasileiro de que as relações comerciais não se limitem só ao grande volume de óleos combustíveis e fertilizantes que protagonizam as exportações.

Os itens mais exportados do Brasil para a China em 2024 foram os seguintes, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços):

soja – US$ 31,5 bilhões;
óleos brutos de petróleo – US$ 20,0 bilhões;
minério de ferro – US$ 19,9 bilhões;
carne bovina – US$ 6,0 bilhões.

A exportação de carne também pode ser um tema central sobre a diversificação do comércio. O Poder360 mostrou em abril que a China rejeitou todos os 28 frigoríficos brasileiros indicados pelo Ministério da Agricultura liberados para vender ao país.

Lula tenta manter uma posição de neutralidade, embora tenha feito críticas aos EUA e acenos à China:

mai.2025 – “Precisamos dizer: graças a Deus temos a China, que, do ponto de vista tecnológico, é muito avançada”, declarou;
abr.2025 – disse não desejar fazer uma opção entre os Estados Unidos ou a China. “Não quero Guerra Fria”, declarou;
abr.2025 – afirmou que a guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China é uma “briga pessoal”.

Há expectativa de que Lula e Xi Jinping assinem 16 acordos durante a reunião bilateral de 3ª feira (13.mai).

Esta é a 2ª vez que o petista vai à China em seu 3º mandato. Ele esteve lá em abril de 2023, quando disse querer se aproximar do país depois do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Lula estava em Moscou (Rússia) antes de ir a Pequim. Reuniu-se com o presidente Vladimir Putin também com o objetivo de estreitar relações.

Lá, o brasileiro criticou Trump: “As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação, de comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, jogam por terra a grande ideia do livre comércio”.

Lula está fora do Brasil num momento que a população o associa à fraude bilionária de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O Poder360 mostrou que o episódio ofuscou o giro internacional do petista nas buscas do Google.

QUEM VAI COM LULA

Lula levará ministros e autoridades durante a passagem pela China em maio. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), irá com o chefe do Executivo.

Ministros já confirmaram presença, como Alexandre Silveira (Minas e Energia). Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) é o principal nome da equipe econômica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não deve viajar.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-china/lula-desembarca-em-pequim-sob-tensao-entre-eua-e-china/

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