Ibovespa subiu 34% e dólar recuou mais de 11% no ano; bitcoin caiu e opera abaixo de US$ 90.000
O ouro encerrou 2025 como o principal investimento do ano. O metal acumulou valorização de 65,2% e fechou cotado a US$ 4.363 nesta 3ª feira (30.dez.2025).
O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), foi o 2º maior destaque: subiu 33,95% no ano e terminou o pregão a 161.125,37 pontos. Havia iniciado 2025 aos 120.283 pontos, depois de ter registrado queda de 10,36% em 2024.
O maior nível de fechamento do ano foi alcançado em 4 de dezembro, aos 164.455 pontos. No pregão seguinte, em 5 de dezembro, o Ibovespa chegou a 165.023 pontos no intraday, mas encerrou o dia em forte baixa, no pior desempenho diário em quatro anos, depois do anúncio de Flávio Bolsonaro (PL) como pré-candidato à Presidência.
O menor patamar do índice em 2025 foi registrado em 10 de janeiro, quando fechou aos 118.856 pontos.
O Ifix, índice que acompanha os fundos imobiliários, subiu 21,34% em 2025. Os títulos públicos ofertados pelo Tesouro Direto também tiveram desempenho positivo, com rentabilidade de 10% a 20%, a depender do papel.
O Tesouro Prefixado 2029 registrou alta de 20,87% no ano. Já o Tesouro Selic 2029 teve rentabilidade de 14,66%, enquanto o Tesouro IPCA+ 2029 avançou 11,36%.
Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), ativos negociados no Brasil que representam ações de empresas estrangeiras, subiram 8,78% em 2025.
Todas as modalidades de investimento citadas superaram a inflação, medida pelo IPCA-15, cuja taxa acumulada em 12 meses até dezembro ficou em 4,41%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial recuou 11,18%, encerrando o ano cotado a R$ 5,489. Já o dólar turismo caiu 11,34%, para R$ 5,702, registrando a maior variação negativa entre os ativos analisados em 2025.
Até as 18h20, o bitcoin registrava queda de 5,67%, aos US$ 88.249.
CENÁRIO FINANCEIRO
O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) retomou o ciclo de corte dos juros. O intervalo caiu para 3,50% a 3,75% ao ano. As taxas mais baixas diminuem o rendimento dos títulos públicos norte-americanos e aumentam o apetite a risco dos investidores.
Além disso, a política comercial dos Estados Unidos fez com que os agentes financeiros e os bancos centrais dos países diminuíssem a exposição de suas carteiras ao dólar. Isso explica, por exemplo, o aumento da reservas internacionais dos países em ouro, o que valorizou o metal.
O aumento do endividamento e a paralisia governamental (shutdown) dos Estados Unidos também movimentaram os ativos.
Ao longo do ano, investidores reagiram a mudanças nas expectativas de juros, inflação, política fiscal e ao ambiente externo, num cenário de incertezas recorrentes. O tarifaço implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), aumentou a volatilidade.
O BC (Banco Central) elevou em junho a taxa básica, a Selic, para 15% ao ano –patamar que permanece até hoje. A autoridade monetária defende um aperto monetário prolongado para levar a inflação ao centro da meta, de 3%.
Os investidores também acompanham os dados de atividade econômica. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou nesta 3ª feira (30.dez) que a taxa de desemprego cedeu para 5,2% no trimestre encerrado em novembro –o menor patamar da série histórica, iniciada em 2012.
O Banco Central disse que o mercado de trabalho tem demonstrado sinais “incipientes” de desaquecimento. Defende que os “vetores inflacionários” se mantêm adversos e impactam, em particular, a inflação de serviços.
As projeções dos agentes financeiros indicam que o dólar fechará 2026 aos R$ 5,50. As incertezas fiscais estão no radar dos economistas. O Banco Central divulgou nesta 3ª feira (30.dez) que o deficit nominal acumulado em 12 meses do setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais– somou R$ 1,027 trilhão em novembro. A dívida bruta do Brasil subiu para 79% do PIB (Produto Interno Bruto) no mês passado e superou R$ 10 trilhões.
Os agentes financeiros avaliam que haverá um crescimento dos gastos públicos em 2025 por causa das eleições. A expansão fiscal pode impactar no consumo das famílias e, consequentemente, pressionar a inflação dos serviços. O movimento pode retardar o ciclo de corte de juros e aumentar o custo da dívida pública.
No cenário eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em 1º turno contra todos os outros candidatos da direita testados, incluindo Flávio Bolsonaro, segundo levantamento da Paraná Pesquisas.
O estudo também testou possíveis cenários de 2º turno. O petista aparece empatado com a maioria dos nomes de direita testados. Fica à frente só da senadora Tereza Cristina (PP).
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/leia-o-ranking-dos-melhores-investimentos-de-2025/