Opositor do governo anterior, Lee venceu o pleito com 49,39% dos votos; o democrata prometeu “restaurar a democracia” e “reanimar” a economia
Lee Jae-myung (Partido Democrata, centro-direita) foi eleito nesta 3ª feira (3.jun.2025) como novo presidente da Coreia do Sul. O candidato presidencial venceu a disputa com 49,42% dos votos válidos –as urnas foram 99,79% apuradas– contra 41,15% do adversário Kim Moon-soo (Partido do Poder Popular, direita).
O 3º colocado, Lee Jun-seok (Partido da Reforma, centro-direita), teve 8,34% dos votos dos sul-coreanos. Os outros candidatos, Kwon Yeoung-guk (Partido Democrático Trabalhista, esquerda) e Song Jinho (independente), tiveram menos de 1% das urnas cada um.
Nas regiões de votação, locais historicamente liberais nos costumes como a capital Seul, Jeolla do Norte e do Sul e Jeju, votaram mais no Partido Democrata de Lee, enquanto nas regiões conservadoras nos costumes o vencedor foi Kim.
Depois do resultado, Kim Moon-soo –candidato do governo deposto– deu parabéns ao novo presidente eleito e disse que “humildemente aceita a decisão do povo”. Lee Jae-myung era o principal nome da oposição ao antigo presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol (Partido do Poder Popular, direita) e o mais cotado para vencer a eleição.
No discurso de comemoração, Lee agradeceu aos eleitores pelos votos. “Finalmente, nós, cidadãos da República da Coreia, somos colegas que devemos respeitar e conviver em comunidade, disse.
O presidente eleito mencionou 4 prioridades principais do novo governo. Segundo Lee, 1ª ação será superar a “guerra civil”, “restaurar a democracia” no país e assegurar que “nunca mais haja um golpe militar”. As falas sobre a suposta guerra se referem a imposição da lei marcial pelo líder deposto Yoon Suk-yeol em dezembro de 2024.
“Em 2º lugar, vou reanimar a economia que vocês me confiaram e restaurar o sustento do povo […]. Em 3º, a República da Coreia deve assumir a responsabilidade pela vida e segurança de seus cidadãos”, declarou Lee.
O presidente eleito também citou seu plano de cooperação com a Coreia do Norte para criar uma “Península da Coreia”. O projeto seria uma região física literal, mas diplomática e de paz com os norte-coreanos. “Com uma sólida capacidade defensiva nacional, certamente exerceremos dissuasão contra o Norte, mas com a convicção de que é melhor vencer sem lutar do que vencer lutando”, afirmou.
Quem é Lee Jae-myung
Lee Jae-myung, 60 anos, nasceu em uma família pobre da cidade de Andond –província de Gyeongsang, norte da Coreia do Sul.
Formado em direito pela Universidade Chung-Ang, entrou na política em 2005, mas venceu o 1º pleito somente em 2010 para o cargo de prefeito de Seongnam –na província de Gyeonggi, noroeste do país. Em 2018, ganhou a eleição para governador de Gyeonggi, e tentou a Presidência em 2022, perdendo para Yoon Suk-yeol.
Enquanto prefeito de Seongnam, Lee foi acusado de favorecimento ilícito a investidores imobiliários, o que gerou lucros excessivos a certas empresas e prejudicou as contas públicas. No período em que foi candidato presidencial, recebeu uma sentença de prisão por declarações falsas que violariam as leis eleitorais da Coreia do Sul.
Lee Jae-myung negou todas as acusações e disse que possuem “motivações políticas”. Como integrante da Assembleia Nacional e líder do Partido Democrata desde 2022, o democrata sofreu uma tentativa de assassinato em 2024, quando foi esfaqueado enquanto visitava a obra do aeroporto em Gadeokdo, Busan.
As principais propostas de Lee para a Presidência envolvem o combate à desigualdade e a polarização política na Coreia do Sul.
Com perfil populista, o democrata apoia o aumento de gastos para ajudar programas sociais e uma reforma corporativa para proteger os direitos de acionistas minoritários. Na política externa, propõe um diálogo com a Coreia do Norte para estabelecer relações diplomáticas positivas.