Justiça da Colômbia manda soltar ex-presidente Álvaro Uribe

Tribunal Superior de Bogotá decidiu que político poderá responder em liberdade às acusações de suborno e fraude

O Tribunal Superior de Bogotá revogou na 3ª feira (19.ago.2025) a decisão que havia determinado a prisão do ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (Centro Democrático, direita).

Uribe havia sido condenado em 1º de agosto à prisão domiciliar por 12 anos pelos crimes de fraude processual e suborno de testemunhas. A decisão foi considerada histórica no país, por envolver pela 1ª vez um ex-chefe de Estado colombiano em uma condenação criminal com cumprimento de pena imediata, fato que causou grande repercussão dentro e fora da Colômbia.

Segundo a agência Reuters, o tribunal informou que a ordem de prisão domiciliar fica sem efeito até que a vara criminal correspondente defina o recurso de apelação. Com isso, o ex-presidente poderá aguardar em liberdade até que a decisão de 1ª instância seja analisada de forma definitiva pelo Judiciário colombiano, que ainda pode confirmar ou alterar a condenação.

O ex-presidente publicou no X um agradecimento pelas expressões de solidariedade: “Dedicarei cada minuto da minha liberdade à liberdade da Colômbia”.

Em 28 de julho, a juíza Sandra Liliana Heredia, do 44º Juizado Penal do Circuito de Bogotá, declarou Uribe culpado ao fim de um processo que se estendeu por cerca de 13 anos. Na ocasião, reconheceu a responsabilidade criminal. Dias depois, em 1º de agosto, definiu a pena e as sanções adicionais.

Além da prisão, a juíza determinou que o ex-presidente fosse multado em US$ 578 mil e impedido de exercer cargos públicos por 8 anos.

Uribe, que governou a Colômbia de 2002 a 2010, sempre negou as acusações, recorreu das condenações e classificou o caso como perseguição política, argumento repetido por seus aliados mais próximos e por integrantes de seu partido.

O processo teve origem em 2012, quando Uribe acusou o senador Iván Cepeda (PDA, esquerda) de orquestrar sua vinculação a grupos paramilitares. Cepeda coletou depoimentos de ex-paramilitares que afirmaram que Uribe apoiou suas organizações quando era governador de Antioquia, nos anos 1990.

Em 2018, a Suprema Corte da Colômbia concluiu que Cepeda não havia pago nem pressionado os ex-paramilitares para testemunharem contra Uribe. As investigações, ao contrário, apontaram que o ex-presidente teria ordenado a um advogado que subornasse paramilitares presos para desacreditar as acusações sobre suas ligações com essas organizações ilegais.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-internacional/justica-da-colombia-manda-soltar-ex-presidente-alvaro-uribe/

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