Taxa acumulada em 12 meses havia sido de 5,53% em abril; está fora do intervalo permitido pela meta há 8 meses
A taxa anualizada de inflação do Brasil desacelerou de 5,53% em abril para 5,32% em maio, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta 3ª feira (10.jun.2025). É o 8º mês seguido fora do intervalo de 1,5% a 4,5% permitido pela meta.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação oficial do Brasil, teve taxa mensal de 0,26% em maio. Havia sido de 0,43% em abril. Ficou abaixo das projeções obtidas pelo Poder360, que indicavam uma alta de 0,31% a 0,41% no mês passado.
De janeiro a maio, a taxa acumulada foi de 2,75%.
INFLAÇÃO EM MAIO
O IBGE disse que 7 dos 9 grupos pesquisados tiveram alta de preços em maio. A maior variação foi de habitação, que subiu 1,19%, puxado pelo encarecimento da conta de luz. A vigência da bandeira tarifária amarela adicionou R$ 1,885 a cada 100 KWh (quilowatt-hora) consumidos.
A energia elétrica residencial subiu 3,62%, o subitem com o maior impacto individual no mês (0,14 ponto percentual). O grupo de habitação teve registrou o maior impacto no IPCA mensal, de 0,18 ponto percentual.
O grupo saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,54% em maio ante abril. Os produtos farmacêuticos (0,69%) e os planos de saúde (0,57%) contribuíram para a inflação deste segmento.
A inflação do grupo alimentação e bebidas desacelerou de 0,82% em abril para 0,17% em maio. A taxa de alimentação no domicílio saiu de 0,83% para 0,02% no período. Contribuíram para essa desaceleração os seguintes produtos, que registraram deflação –queda de preços:
Tomate (-13,52%);
Arroz (-4,00%);
Ovo de galinha (-3,98%);
Frutas (-1,67%).
Do lado das altas, destacam-se a batata-inglesa (10,34%), a cebola (10,28%), o café moído (4,59%) e as carnes (0,97%).
META DE INFLAÇÃO
O CMN (Conselho Monetário Nacional) estabeleceu uma meta de inflação contínua de 3%. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
A regra em vigor desde o início do ano prevê que a inflação anualizada –acumulada em 12 meses– não pode ficar acima do teto de 4,5% por mais de 6 meses seguidos. Se a inflação ultrapassar o teto por mais de 6 meses seguidos, a meta será descumprida e o Banco Central terá que publicar uma carta com as explicações.
A autoridade monetária diz, desde fevereiro, que deverá descumprir a meta em junho.
TAXA DE JUROS
Para controlar a inflação, o Banco Central aumentou a taxa básica, a Selic, para 14,75% ao ano em 7 de maio. Esse é o maior patamar desde 2006. O comunicado deixa a porta aberta para eventuais altas no futuro. A próxima reunião é em 17 e 18 de junho.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/inflacao-anualizada-desacelera-para-532-em-maio/