Inflação anualizada atinge 5,35% em junho e rompe a meta

Taxa acumulada em 12 meses havia sido de 5,32% em maio; o Banco Central terá que publicar uma carta com explicações

A inflação anualizada oficial do Brasil atingiu 5,35% em junho. Rompeu a meta de inflação por ter ficado mais de 6 meses acima do intervalo permitido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O BC (Banco Central) deverá publicar uma carta, encaminhada ao Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad, com as explicações para o desrespeito ao objetivo inflacionário.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a inflação oficial nesta 5ª feira (10.jul.2025). Eis a íntegra da publicação (PDF – 333 kB).

A inflação acumulada em 12 meses acelerou de 5,32% em maio para 5,35% em junho. No ano, o IPCA acumula uma alta de 2,99%.

Em junho, a taxa mensal foi de 0,24%, menor que de maio (0,26%) e maior que de junho de 2024 (0,21%).

O resultado mensal ficou acima das projeções dos agentes financeiros, que esperavam uma taxa próxima de 0,20% em junho.

Segundo o IBGE, a taxa mensal de 0,24% foi puxada por 7 dos 9 grupos pesquisados. Só o grupo alimentação e bebidas apresentou variação negativa (-0,18%) nos preços. Ou seja, teve deflação em junho. O grupo educação registrou estabilidade (0,0%).

A maior alta foi do grupo habitação (0,99%), com impacto de 0,15 ponto percentual no IPCA mensal. O IBGE disse que a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 em junho contribuiu para o encarecimento da conta de luz.

A energia elétrica residencial subiu 2,96% no mês e foi o subitem com o maio impacto individual no índice: 0,12 ponto percentual.

O grupo dos transportes teve alta de 0,27% em junho. Mesmo com a queda dos preços dos combustíveis de 0,42%, foi impactado por variações no transporte por aplicativo (13,77%) e conserto de automóvel (1,03%).

META DE INFLAÇÃO

A inflação acumulada em 12 meses está há 9 meses acima de 4,5%, que é o teto do intervalo da meta, mas a nova regra de meta contínua de inflação começou a valer só em 2025. A última vez que a inflação ficou abaixo de 4,5% no cálculo anualizado foi em setembro de 2024, quando atingiu 4,42%.

Neste ano, a aferição da inflação deixou de ser anual e passou a ter outra metodologia:

como era – até 2024, era considerada como um descumprimento da meta se a taxa anual de dezembro ficasse de fora do intervalo permitido pelo CMN;
como ficou – a partir de 2025, será considerado um descumprimento da meta se a taxa anual ficar de fora do intervalo permitido por 6 meses consecutivos.

Em visita à Câmara dos Deputados na 4ª feira (9.jul.2025), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse que a autoridade monetária não se desviará “um milímetro” do mandato de inflação.

CARTA DO BANCO CENTRAL

O BC terá que publicar uma carta com as razões para eventuais descumprimentos da meta de inflação. Esse documento deverá ter:

a descrição detalhada das causas do descumprimento;
as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos;
o prazo esperado para que as medidas produzam efeito.

Será divulgado às 18h desta 5ª feira (10.jul).

TAXA SELIC

O Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a taxa Selic para 15% ao ano para controlar a inflação.

Na 3ª feira (8.jul), Galípolo havia dito que, por ter subido a Selic para este patamar, provavelmente não ganhará o prêmio de “miss simpatia” do ano de 2025, mas estará tranquilo porque o BC trabalha para levar a inflação à meta de 3%.

Na Câmara, ele disse que será o 1º presidente do Banco Central a assinar duas cartas pelo descumprimento do objetivo inflacionário em menos de 6 meses. A última foi publicada em janeiro deste ano, quando a inflação foi de 4,83% em 2024.

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Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/inflacao-anualizada-atinge-535-em-junho-e-rompe-a-meta/

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