Incerteza parece estar mais espalhada no mundo, diz Galípolo

“Dia de hoje” mostra que não é só no Brasil que é difícil fazer projeções na economia, declara o presidente do BC

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta 2ª feira (7.abr.2025) que a incerteza está “mais espalhada” no mundo. A declaração foi feita durante evento de premiação do “Top 5 2024” da pesquisa do Boletim Focus.

O relatório é divulgado semanalmente com as projeções dos agentes financeiros para os principais índices macroeconômicos. Galípolo declarou que fazer estimativas para o futuro é difícil, principalmente no Brasil. Indicou que, nos últimos tempos, a tarefa não tem sido fácil em outros países.

Segundo o presidente do BC, o “dia de hoje” está mostrando que não é só o Brasil que torna o trabalho de projeções econômicas difíceis. Nesta 2ª feira (7.abr), os principais mercados globais registram quedas acentuadas com a apreensão sobre a guerra comercial e uma eventual recessão global.

“Todo mundo que estudou economia alguma vez na vida achou que os índices de volatilidade e incerteza do Brasil pudessem migrar para economias mais avançadas com o tempo e ficar mais parecidos. Eu sempre achei que era porque a gente ia se aproximar do deles e não ao contrário”, disse Galípolo. “Hoje o tema de incerteza e volatilidade parecem estar um pouco mais espalhado no mundo”, completou.

O presidente do BC avalia que a pesquisa Focus é importante pelo papel “informativo”. Nesta 2ª feira (7.abr.2025), a autoridade monetária divulgou que os agentes financeiros estimam uma inflação de 5,65% em 2024, patamar acima da meta de 3% e do teto permitido (4,5%).

Para Galípolo, as projeções dos agentes financeiros são importantes para saber “para que direção as convenções sobre o que vai se o futuro está se formando”. Ele afirmou que o futuro vai ser formado pelas decisões do presente, que serão influenciadas pelas expectativas para o futuro.

“Essa lógica mão dupla torna esse ferramental, que é o Focus, tão relevante para subsidiar a formulação da política monetária e acho que estamos evoluindo”, disse.

Galípolo afirmou que uma das melhorias é a criação do Firmus, que é uma pesquisa similar ao Boletim Focus, mas que entrevista donos de empresas e não agentes financeiros.

“Durante muito tempo nós ouvíamos essa crítica de que o Banco Central escutava exclusivamente instituições, para usar a expressão da crítica, da Faria Lima e não escutava um aspecto mais amplo. E está sendo muito interessante poder observar como a pesquisa Focus também subsidia a formação da Firmus e a expectativa de vários demais agentes”, declarou.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/incerteza-parece-estar-mais-espalhada-no-mundo-diz-galipolo/

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