Caminhão que transportava 23.000 litros de ácido sulfúrico no momento do desabamento, em dezembro de 2024, teve fissuras
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) confirmou nesta 2ª feira (6.jan.2025) a existência de fissuras no tanque de um dos caminhões que afundou no Rio Tocantins depois do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Tocantins ao Maranhão. O veículo da empresa Pira-Quimica continha 23.000 litros de ácido sulfúrico.
A informação preliminar foi constatada por mergulhadores que identificaram, na 6ª feira (3.jan), a presença de 2 fissuras no tanque, depois da suspeita de um possível vazamento levantada pela equipe da Marinha do Brasil que atua na operação de busca e resgate das vítimas. De acordo com o Ibama, foi solicitado relatório oficial das informações obtidas no local pela equipe da Pira-Química, que deverá ser concluído até a 5ª feira (9.jan).
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O órgão ligado ao MMA (Ministério do Meio Ambiente) informou ainda que as análises da qualidade da água do Rio Tocantins não demonstram alterações consideráveis. “Até o momento, os parâmetros avaliados estão dentro da normalidade para água doce. Desde a queda da ponte, não foi constatado impacto à fauna local”, disse, por meio de nota.
O acompanhamento da qualidade da água é realizado diariamente pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) com a Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais) do Maranhão. As ações de resposta à emergência ambiental também são acompanhadas por servidores do Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas e das superintendências do Ibama no Maranhão e Tocantins.
Outras cargas
Além do caminhão da Pira-Quimica, o desabamento da ponte também levou mais 2 caminhões carregados de produtos perigosos às águas do Rio Tocantins. Um deles, da empresa Videira, transportava 40.000 litros de ácido sulfúrico. A análise visual de mergulhadores constatou que o tanque permanece intacto.
O 3º veículo, da empresa Suminoto, transportava bombonas carregadas com agrotóxico. O trabalho de sondagem da carga no fundo do rio deverá ser realizado por mergulhadores contratados pela empresa ainda nesta 2ª feira (6.jan).
Segundo o Ibama, as empresas e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) foram notificadas a apresentar PAEs (Planos de Atendimento à Emergência) com análise de riscos para retirada dos caminhões e produtos depositados no fundo do rio.
Entenda
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, desabou no fim da tarde do dia 22 de dezembro de 2024. A operação de busca e resgate teve início ainda no mesmo dia, com o reforço de várias frentes como Corpo de Bombeiros, empresas privadas e o emprego de embarcações, helicóptero e viaturas na região.
Atualmente, o trânsito de veículos entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que eram ligados pela ponte na BR-226, está sendo feito por rotas alternativas com 2 opções para veículos leves e 3 para veículos pesados.
O Dnit estabelecerá também um fluxo de balsas no local para a travessia de carros de passeio, ambulâncias e caminhonetes, sem custo para os usuários. O serviço está previsto para começar a operar após o fim da operação de busca e resgate das vítimas, com a localização das três vítimas que ainda permanecem desaparecidas.
Com informações de Agência Brasil.