Egípcio deixou 12 feridos em Boulder, no Colorado; uma das vítimas é uma sobrevivente do Holocausto
O egípcio Mohamed Sabry Soliman, de 45 anos, planejou o ataque contra judeus que deixou 12 feridos na cidade de Boulder, no Colorado (EUA), durante 1 ano. A informação foi divulgada pelo FBI, equivalente à Polícia Federal dos Estados Unidos, na 2ª feira (2.jun.2025).
Soliman ateou fogo em pessoas no shopping de Pearl Street durante um ato pela libertação de reféns israelenses na Faixa de Gaza, no domingo (1º.jun). Os feridos foram socorridos e levados a hospitais. Dois deles permanecem em estado crítico. As identidades das vítimas não foram divulgadas.
Conforme reportou a CNN Internacional, Soliman gritava “Palestina livre”, além de frases de cunho antissemita, como “acabem com os sionistas” e “eles são assassinos”, enquanto carregava duas garrafas. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ouvir pessoas dizendo que Soliman estava fazendo coquetéis molotov e “derramando álcool”.
BREAKING: According to three senior Department of Homeland Security sources, the Boulder attack suspect is an Egyptian national who entered the United States illegally on a visa that expired during the Biden administration.
Fox News reports that Mohamed Sabry Soliman arrived at… pic.twitter.com/9rgKw9paRG
— OSINT Europe 🇪🇺 (@Osinteurope) June 2, 2025
De acordo com o documento de acusação criminal, baseado no relato da agente do FBI, Jessica Krueger, Soliman carregava um recipiente plástico preto em que levava 14 coquetéis molotov. Leia a íntegra (PDF, em inglês – 248 kB).
A agente afirma que, nas proximidades do ataque, um Toyota Prius prata 2015 registrado no nome do imigrante egípcio continha um galão de gasolina, resquícios dos mesmos materiais usados nos explosivos e papéis contendo as palavras “Israel”, “Palestina” e “USaid”. Soliman foi detido pelas autoridades locais.
O relatório da agente Krueger diz que, enquanto era interrogado, Soliman afirmou querer “todos os sionistas”. Ele declarou que mirou no “grupo sionista” que se reuniu na cidade de Boulder depois de pesquisar sobre o encontro.
Autoridades do governo disseram à CBS News que o autor do ataque chegou à Califórnia em 2022. Seu visto de turista expirou em fevereiro de 2023.
De acordo com Leo Terrell, advogado responsável pela equipe que investiga antissemitismo no Departamento de Justiça dos EUA, uma das mulheres é sobrevivente do Holocausto. “Ela resistiu ao pior mal na história da humanidade, e veio aos EUA em busca de segurança. Agora, décadas depois, ela é vitimada novamente“, escreveu no X (ex-Twitter).
O diretor do FBI, Kash Patel, afirmou que o caso está sendo investigado como um “ataque terrorista”. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, classificou como um “ato terrorista antissemita”.
MARCHA PRÓ-ISRAEL
O evento que foi alvo de Soliman era uma caminhada do movimento Run For Their Lives (Corra Pela Vida Deles, em tradução livre). O grupo, que se define como uma organização apolítica, realiza marchas semanais em todo o mundo para protestar contra os “reféns ainda detidos pelo Hamas” na Faixa de Gaza.
“Nossos corações estão com aqueles que testemunharam este terrível ataque e orações por uma rápida recuperação para aqueles que ficaram feridos”, afirmou a entidade em uma nota publicada no Facebook.
O agente do FBI Mark Michalek declarou que o departamento já está tomando as devidas medidas. “Vamos continuar a garantir que a justiça seja feita, que seja providenciado suporte para as vítimas e suas comunidades, e que sejam feitas ações preventivas para proteger a segurança de todos”, disse.
O chefe da polícia Stephen Redfearn declarou que a cidade de Boulder “não é imune à tragédia”. Ele disse: “Sei que muitas pessoas estão assustadas agora e se perguntando como isso aconteceu, e por que. Boulder já se recuperou de atos de violência antes, e vamos nos recuperar de novo. Peço que essa comunidade se una. Agora não é a hora de ser divisivo”.
TRUMP CULPA BIDEN
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), disse na 2ª feira (2.jun) que a “política de fronteiras abertas” do ex-presidente Joe Biden (Partido Democrata) foi responsável pelo atentado no Colorado.
“Este é mais um exemplo de por que devemos manter nossas fronteiras seguras e deportar radicais ilegais e antiamericanos de nossa pátria. Meu coração está com as vítimas desta terrível tragédia e com o grande povo de Boulder, Colorado”, disse Trump em publicação na rede Truth Social.