Petista falou 16 vezes aos veículos do Grupo Globo e teve pico de aparições em maio de 2024 para falar sobre a taxa de juros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concedeu ao menos 40 entrevistas exclusivas à imprensa desde que está à frente da pasta, em 2023. São consideradas exclusivas quando só 1 veículo de mídia participa da entrevista e realiza as perguntas.
Os dados são de levantamento realizado pelo Poder360, de 1º de janeiro de 2023 a 9 de janeiro de 2025, com base na agenda de compromissos do ministro e na divulgação das entrevistas pela mídia.
Assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad preferiu falar aos veículos do Grupo Globo. Foram 16 entrevistas para Valor Econômico, O Globo, CBN, g1, GloboNews, TV Globo e afiliadas. Apenas à GloboNews, o ministro falou 9 vezes.
Haddad deu a sua 1ª entrevista exclusiva do ano na 3ª feira (7.jan.2025) e escolheu a GloboNews. Eis alguns dos pontos discutidos:
relação com o BC – disse que não irá “julgar” as decisões autônomas do Copom, mesmo que não concorde;
críticas de Lula ao aumento da Selic – defendeu que o presidente dialoga com todo o país e que busca “resolver o problema”;
economia brasileira – falou sobre o crescimento de 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024;
contas públicas – afirmou que o deficit primário das contas públicas do governo ficará em 0,1% do PIB; e
agenda no Congresso – declarou que a prioridade Legislativa é a Ploa (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2025, a reforma tributária sobre a renda, a lei dos supersalários do funcionalismo e as mudanças na aposentadoria de militares.
TAXA DE JUROS
A ocasião em que Haddad mais falou à imprensa foi em maio de 2024. Foram 5 entrevistas só naquele mês. O ministro comentou a decisão dividida do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a intensidade no corte da taxa básica de juros (Selic). Também abordou a desoneração dos municípios.
Em maio, o Banco Central reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual. Os 5 indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optaram por esse patamar –parecer que prevaleceu. Já os nomes escolhidos por Lula queriam uma queda maior, de meio ponto. O episódio ficou conhecido como um racha.
Leia mais: