Responsável por milhões de mortes, o líder da Alemanha nazista se matou em bunker onde estava escondido enquanto as tropas soviéticas tomavam Berlim
Em 30 de abril de 1945, há 80 anos, pouco antes das 16h, Adolf Hitler se matou com um tiro disparado por sua pistola Walther, calibre 7,65, em sua têmpora direita.
Responsável direta e indiretamente pela morte de dezenas de milhões de pessoas durante seu regime nazista na Alemanha (1933-1945), Hitler já havia planejado seu suicídio com antecedência, quando as tropas soviéticas da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) se preparavam para tomar o bunker em Berlim, construção subterrânea de 2 andares onde ele estava escondido desde janeiro.
Não se sabe ao certo se a execução de Benito Mussolini e de sua amante, Clara Petacci, por combatentes antifascistas 2 dias antes chegou ao conhecimento do líder do 3º Reich. Mas as ordens dadas por Hitler aos seus subordinados buscavam evitar um destino semelhante ao do fascista italiano, cujo corpo foi mutilado, exposto ao público e pendurado de cabeça para baixo no centro de Milão.
Segundo o historiador britânico Hugh Trevor-Roper, autor de Os Últimos Dias de Hitler (1947), o líder nazista e Eva Braun, que havia se casado com o Führer na véspera, só poderiam ter repetido as ordens que já haviam dado: “seus corpos deveriam ser destruídos ‘para que nada restasse’: ‘Não cairei nas mãos de um inimigo que precisa de um novo espetáculo para distrair suas massas histéricas.’”
Naquele dia, Otto Günsche, assistente pessoal de Hitler, solicitou 200 litros de gasolina a Erich Kempka, responsável pelo transporte. Inicialmente, o pedido foi recebido com hesitação, já que, naquele momento, com Berlim praticamente tomada pelos soviéticos, era difícil encontrar essa quantidade de combustível. Ainda assim, cerca de 180 litros foram levados ao jardim da Chancelaria, sob o qual estava o bunker. Hoje, no local, funciona um estacionamento.
Após ouvir um único disparo, um dos mordomos entrou nos aposentos de Hitler, onde ele foi encontrado morto no sofá ao lado de Eva Braun, que havia se suicidado com cianureto. “Der chef ist tot”, “o chefe está morto”, declarou Günsche antes que homens da SS levassem os corpos ao lado de fora para serem incinerados e enterrados.
O suicídio, contudo, não marcou a rendição da Alemanha, mas abriu o caminho para tal. Indicado como sucessor pelo próprio Hitler, o almirante Karl Donitz enviou o general Alfred Jodl para negociar com os Aliados.
Em 7 de maio, foi assinado o documento de rendição incondicional que oficializaria, no dia seguinte, a derrota alemã após a tomada de Berlim pelo Exército Vermelho.
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