O governo federal lançou nesta 3ª feira (01.jul.2025) o Plano Safra 2025/26 para a Agricultura Empresarial, que tem R$ 516,2 bilhões em crédito para custeio, investimento e comercialização da produção agrícola. O valor representa um aumento de 1,5% em relação à safra anterior.
Levando em conta a inflação de 5,32% no período desde o Plano Safra 2024/25 , não há aumento real no volume. O lançamento oficial do Plano está previsto para 11h20, no Palácio do Planalto, e será transmitido pelo Poder360.
As taxas de contratação ficaram de 8,5% a 13,5%. Eis números detalhados:
Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural): 10%
PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns) até 12.000 toneladas: 8,5%
RenovAgro (Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) e PCA: 10%
Custeio Empresarial: 14%
Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras): 13,5%
Inovagro (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária): 12,5%
RenovAgro Ambiental e Recuperação/Conversão de pastagens: 8,5%
Proirriga (Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido) e Invest. Empresarial: 12,5%
Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária) e Procap-Agro (Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias): 13,5%
Moderfrota Pronamp: 12,5%
Segundo o governo federal, as novidades do Plano Safra 2025/2025 para a Agricultura Empresarial são:
Novas exigências relacionadas ao Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático). Evitando financiamentos fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições. A exigência, que antes se aplicava apenas a contratos de até R$ 200 mil de agricultores familiares com seguro do Proagro, agora inclui financiamentos de valores superiores e operações sem cobertura do programa de garantia;
O Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) teve seu limite de renda anual ampliado de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões, permitindo que mais agricultores acessem condições diferenciadas de financiamento;
Plano também autoriza o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, flexibilizando o acesso a esses insumos;
No PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns), o limite de capacidade por projeto dobrou, passando de 6 mil para 12 mil toneladas, contribuindo para melhorar a infraestrutura de estocagem da produção rural;
O Plano também oferece crédito para produção de mudas, reflorestamento e culturas de cobertura, que contribuem para a preservação do solo entre safras.
O programa foi apresentado com o slogan “Força para o Brasil crescer”.
O governo optou por dividir a liberação e contratação do crédito de forma semestral para que a taxa Selic fique mais baixa e barateie o custo aos produtores e ao Tesouro.
A alternativa permitirá que metade do crédito seja calculado com base na Selic no patamar de 15% e a outra metade “com perspectiva da Fazenda de redução na Selic”.
Desde o início do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anunciou do Plano Safra tem sido dividido nas modalidades de empresarial e familiar. Na 2ª feira (30.jun) o governo anunciou R$ 78,2 bilhões em crédito para o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar)
No total, considerando a agricultura familiar e empresarial, o Plano Safra 2025/26 teria R$ 594,4 bilhões, próximo dos R$ 600 bilhões pretendidos pelo setor produtivo e mirados pelo governo federal.
REIVINDICAÇÕES
A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) da Câmara dos Deputados apresentou em abril de 2025 uma proposta de Plano Safra para o ciclo de 2025–2026 com valor de R$ 599 bilhões.
A FPA também pediu um aumento do Programa de Seguro Rural de R$ 1 bilhão (2024–2025) para R$ 6 bilhões (2025–2026), a fim de que a subvenção atinja 1% do valor do Plano Safra.
“A inflação de alimentos é uma ameaça real para a estabilidade econômica do país. Medidas como crédito acessível e contínuo, seguro rural robusto e desburocratizado são chaves para a resolução do problema estrutural”, justificam na proposta.