Presidentes dos partidos anunciaram que vão reunir a maior bancada do Congresso para divergir de qualquer medida que aumente impostos
A federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, deve votar contra a MP (medida provisória) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviará para compensar a revogação parcial do decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O grupo tem a maior bancada do Congresso: 109 deputados e 14 senadores.
Os presidentes do União Brasil, Antonio Rueda, e do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disseram nesta 4ª feira (11.jun.2025) que irão reunir as bancadas do Senado e da Câmara para “decidir fechar questão contra qualquer proposta de aumento de impostos”.
O texto deve ser enviado pelo governo ao Congresso nesta 4ª feira (11.jun). Dentre as medidas capitaneadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão taxar investimentos hoje isentos, como a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário).
“É preciso entender que são duas e não apenas uma a coluna do orçamento: receita e despesa. Só aceitaremos examinar qualquer discussão fiscal se a coluna das despesas estiver no centro do debate”, declarou Rueda a jornalistas na Câmara.
MOTTA TAMBÉM CRITICA
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta 4ª feira (11.jun) que não está no cargo para “servir a projeto político de ninguém”, em referência ao governo Lula.
A equipe econômica aceitou amenizar as determinações depois de pressões econômicas e políticas. Os recuos diminuirão a receita extra para aproximadamente R$ 6 bilhões em 2025 e R$ 12 bilhões em 2026.
Depois, o governo precisou apresentar as alternativas. Até o momento, incluem-se só aumentos de outros impostos. Não foi discutido corte de gastos.
O Poder360 preparou uma reportagem que explica em detalhes o que muda com as medidas propostas pelo governo. Leia um resumo no infográfico abaixo:
Leia abaixo a íntegra da nota da federação:
“CONTAS PÚBLICAS NÃO É SÓ CRIAR IMPOSTOS.
“É cortar desperdícios urgente!
“A escalada de desequilibro fiscal criada pelo atual governo entrou numa rota sem saída. A cada novo rombo no orçamento, o governo sobrecarrega a sociedade e os que produzem com mais impostos.
“Depois, gasta mais. E volta com mais impostos. E esse ciclo da taxação sem fim só aumenta e o Brasil real só perde. Ninguém ganha com um governo pantagruélico, pesado, oneroso, incapaz de oferecer serviços mínimos que a sociedade espera e que, ao mesmo tempo, custa cada vez mais e entrega cada vez menos para o cidadão.
“Taxar, taxar, taxar não pode e não será nunca a saída. É preciso cortar despesas. Ao invés de ostentar luxos sustentados pelo combalido bolso dos brasileiros, o governo deveria ser o primeiro exemplo de austeridade.
“Nosso percentual de arrecadação em relação ao PIB supera a da média do G7. As maiores economias do mundo arrecadam menos e oferecem muito mais ao seu povo. Se o governo não assumir sua parte e apresentar propostas reais de enxugar essa máquina pesada e pouco eficiente, nós não aceitaremos entregar essa conta aos brasileiros.
“O aumento de impostos como regra destrói incentivo para produzir, encarece o custo de produção, afasta investimentos, adia a criação de empregos. Imposto demais é veneno, não remédio.
“Por tudo isso, os presidentes da União Progressista e seus líderes anunciam que irão reunir as bancadas do Senado e da Câmara para decidir fechar questão contra qualquer proposta de aumento de impostos que não venha acompanhada de uma vigorosa e crível lista de cortes a desperdícios na coluna de despesas. É preciso entender que são duas e não apenas uma a coluna do orçamento: receita e despesa.
“Só aceitaremos examinar qualquer discussão fiscal se a coluna das despesas estiver no centro do debate.
“Pelo bem do Brasil, pelo bem dos brasileiros.
“Brasília, 11 de junho de 2025
“Antônio Rueda
“Presidente do União Brasil
“Ciro Nogueira
“Presidente do Progressistas.”