Bloqueios e policiamento reforçado marcam 1º dia do julgamento no STF em Brasília
A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, amanheceu praticamente deserta nesta 3ª feira (2.set.2025), dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) inicia o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus acusados de tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
A praça dos Três Poderes terá controle de acesso. A Polícia Federal fará varreduras no STF. Drones com imagem térmica serão usados para vigilância diurna e noturna. Contudo, o trânsito segue livre.
As medidas fazem parte do megaesquema de segurança montado em Brasília para evitar protestos e tumultos. Mais de 3.000 agentes de diferentes corporações foram mobilizados. O espaço, que costuma concentrar trânsito intenso de servidores, turistas e manifestações populares, amanheceu silencioso e com reforço de policiamento.
Janaína Cunha/Poder360 – 2.set.2025
Julgamento de Bolsonaro impõe à Brasília e ao STF megaesquema de segurança
Janaína Cunha/Poder360 – 2.set.2025
Praça dos Três Poderes amanhece cercada
Janaína Cunha/Poder360 – 2.set.2025
STF mantém cerco ao entorno do prédio principal, onde é o localizado o plenário da Corte
Janaína Cunha/Poder360 – 2.set.2025
Barreiras móveis foram colocadas no entorno do STF para evitar estacionamento próximo ao local; faz parte do esquema de segurança montado para o julgamento do ex-presidente
Janaína Cunha/Poder360 – 2.set.2025
Área da Praça dos Três Poderes em frente ao Supremo Tribunal Federal vazia
Segundo apurou o Poder360, 30 agentes da Polícia Judicial de outros Estados foram deslocados para Brasília. Eles vêm da Justiça Federal do Rio de Janeiro, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio e do TRT de São Paulo.
Agentes da Justiça Federal do DF, TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios), TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), TRT-10 (Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região) e TST (Tribunal Superior do Trabalho) também participam da operação.
O julgamento será acompanhado de perto pelas autoridades de segurança, que também monitoram grupos de apoiadores do ex-presidente em todo o país. O esquema deve permanecer até o fim da semana, período previsto para a conclusão da análise do caso pela 1ª Turma do STF.
Uma célula integrada de inteligência foi instalada na SSP-DF para monitorar redes sociais, mapear riscos e reduzir tempo de resposta.
JULGAMENTO DE BOLSONARO
A 1ª Turma do STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado. A análise do caso pode se alongar até 12 de setembro.
Integram a 1ª Turma do STF:
Alexandre de Moraes, relator da ação;
Flávio Dino;
Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma;
Cármen Lúcia;
Luiz Fux.
Bolsonaro indicou 9 advogados para defendê-lo.
Os 3 principais são Celso Villardi, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. Os demais integram os escritórios que atuam na defesa do ex-presidente.
Além de Bolsonaro, são réus:
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro de Segurança Institucional;
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
O núcleo 1 da tentativa de golpe foi acusado pela PGR de praticar 5 crimes: organização criminosa armada e tentativas de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Se Bolsonaro for condenado, a pena mínima é de 12 anos de prisão. A máxima pode chegar a 43 anos.
Se houver condenação, os ministros definirão a pena individualmente, considerando a participação de cada réu. As penas determinadas contra Jair Bolsonaro e os outros 7 acusados, no entanto, só serão cumpridas depois do trânsito em julgado, quando não houver mais possibilidade de recurso.
Por ser ex-presidente, se condenado em trânsito julgado, Bolsonaro deve ficar preso em uma sala especial na Papuda, presídio federal em Brasília, ou na Superintendência da PF (Polícia Federal) na capital federal.