Deputada diz que não adianta o presidente da Câmara dizer ter “ódio à ditadura” e depois declarar que os atos extremistas não foram uma tentativa de golpe
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) criticou neste domingo (9.fev.2025) a declaração do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que minimizou os ataques extremistas do 8 de Janeiro.
Para a congressista, é contraditório que Motta cite Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, e diga ter “ódio e nojo à ditadura” enquanto não reconhece o ataque às sedes dos Três Poderes como uma tentativa de golpe.
“O 8 de Janeiro foi, sim, uma tentativa de golpe e não podemos aceitar que a história seja falsificada”, disse Kokay em sua conta no X.
Em entrevista à rádio paraibana Arapuan FM, na última 6ª feira (7.fev), o presidente da Câmara disse que houve um “desequilíbrio” nas penas aplicadas aos condenados pelos atos extremistas.
Segundo apurou o Poder360, a bancada do PL na Câmara interpretou a declaração de Motta como um sinal de apoio ao projeto de lei que anistia os presos do 8 de Janeiro.
O PL (Projeto de Lei) 2.858 de 2022 não só perdoa os responsáveis pelos ataques às sedes dos Três Poderes, como também restaura os direitos políticos de cidadãos inelegíveis. O principal beneficiado seria Bolsonaro, que perdeu a elegibilidade em 30 de junho de 2023 por decisão do TSE.
A direita apoiou Motta esperando que ele coloque o projeto em pauta, enquanto a esquerda aposta no presidente da Câmara para arquivá-lo. Diante do impasse, Motta já afirmou que discutirá o texto com os líderes de forma imparcial.