Entidades lançam manifesto contra alteração de controle da Meta

Big tech anunciou na 3ª feira (7.jan) o fim da checagem de fatos; coalizão cita “risco” para grupos vulnerabilizados

A Coalizão Direitos na Rede divulgou na 4ª feira (8.jan.2025) um manifesto contra a alteração nas políticas de moderação da Meta –controladora das plataformas Facebook, Instagram e Threads. Eis a íntegra (PDF – 99 kB).

A big tech anunciou, na 3ª feira (7.jan), o fim do programa de checagem de fatos que verifica a veracidade de informações que circulam nas redes. Ainda, o fim de restrições para assuntos como migração e gênero e a promoção de “conteúdo cívico”, entendido como informações de teor político-ideológico.

“Sob o pretexto de ‘restaurar a liberdade de expressão’, as propostas delineadas não apenas colocam em risco grupos vulnerabilizados que usam esses serviços, mas também enfraquecem anos de esforços globais para promover um espaço digital um pouco mais seguro, inclusivo e democrático”, diz o texto assinado por mais de 75 organizações.

“A empresa sinaliza que não terá mais ações de moderação de conteúdos contra desinformação, discurso de ódio e outras políticas de proteção a favor das pessoas mais vulnerabilizadas. O CEO da Meta [Mark Zuckerberg] explicitamente admite aceitar os riscos de que essas novas políticas possam filtrar menos conteúdos nocivos do que as anteriores”, declara o texto.

O documento é assinado por Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), CUT (Central Única dos Trabalhadores), ABJD (Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia), Abong (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais), Ação Educativa e Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, entre outras entidades. 

De acordo com o texto, atualmente, já são falhas as políticas de moderação de conteúdo das redes da Meta, tornando possíveis práticas de violência de gênero, ações contra a proteção de crianças e adolescentes, e permitindo o crescimento de grupos que propagam discurso de ódio e desinformação.

Para a coalizão, as novas medidas propostas pioram a situação ao negligenciar os impactos reais dessas práticas de violência on-line, “além de abrir caminho para a proliferação de conteúdos prejudiciais que desestabilizam sociedades e minam processos democráticos”.

O texto diz que a Meta ataca de forma aberta os esforços democráticos de nações em proteger suas populações contra os danos provocados pelas big techs. 

“Com isso, prioriza, mais uma vez, os interesses estadunidenses e os lucros de sua corporação em detrimento da construção de ambientes digitais que prezam pela segurança de seus consumidores”, diz o texto. 

“O anúncio [da Meta] é emblemático de um problema estrutural: a concentração de poder nas mãos de corporações que atuam como árbitros do espaço público digital, enquanto ignoram as consequências de suas decisões para bilhões de usuários. Esse retrocesso não pode ser visto como um mero ajuste de políticas corporativas, mas como um ataque frontal desse monopólio de plataformas digitais às conquistas de uma internet mais segura e democrática”, declara. 

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Com informações da Agência Brasil.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-tech/entidades-lancam-manifesto-contra-alteracao-de-controle-da-meta/

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