Dandara Tonantzin havia sido impedida de concorrer para presidente estadual por “inadimplência nas contribuições partidárias”
O Diretório Nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) adiou as votações para presidente nacional e estadual em Minas Gerais. Com isso, o resultado do pleito deve atrasar em mais de uma semana, já que o Estado ainda não tem data para a rodada.
Na noite de sábado (5.jul.2025), o partido disse ter sido informado sobre decisão judicial que, em suma, impedia a candidatura de Dandara Tonantzin. Seu registro havia sido impugnado por “inadimplência nas contribuições partidárias”. Segundo o partido, ela não teria quitado uma dívida de R$ 130 mil.
Dandara argumentou que não teve oportunidade de “efetivo contraditório”, ou seja, não pôde se manifestar com suas alegações e provas. Depois de enviar suas partes do processo, e comprovar que o erro se deu na entidade bancária, o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) entendeu que ela estava possibilitada de concorrer ao pleito.
Segundo o partido, a decisão de adiar o pleito se deu pela impossibilidade logística de inserir o nome da deputada federal nas cédulas já produzidas, impressas e distribuídas a mais de 700 municípios de Minas em tempo hábil para a eleição, marcada para às 9h deste domingo (6.jul).
Outra justificativa é de que não haveria tempo para a realização de todos os procedimentos preparatórios adotados para a votação, fiscalização e apuração de resultados, e inviabilidade política da insegurança que poderia ser imposta aos demais filiados ao PT.
Poucas horas depois, o partido publicou nota reconhecendo a candidatura de Dandara, que disputa o cargo com Juanito Vieira, Esdras Queiros e Marilene Alves de Sousa. Leia a íntegra da nota junto a decisão judicial (PDF – 185 kB).
O Diretório Nacional da sigla convocou uma reunião extraordinária na sede do partido na 3ª feira (8.jul), às 17h, para decidir nova data para o processo de eleição no Estado, bem como a votação para a presidência nacional, e os casos de judicialização por parte de filiados contra decisões internas do partido.
ELEIÇÃO DO PT
O PT (Partido dos Trabalhadores) realiza neste domingo (6.jul) as eleições internas para decidir o novo presidente da sigla. Depois de um hiato de 12 anos, o partido voltou ao formato de escolha direta com votos dos filiados. O 2º turno, se necessário, será em 20 de julho.
Além da votação para presidente, a sigla renovará as direções nas esferas municipais e estaduais.
O Diretório Nacional aprovou em 7 de dezembro uma resolução com o calendário do que o partido chama de PED (Processo de Eleição Direta). Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atualizados até 4 de outubro de 2024, o partido tem 1.653.361 filiados.
A sigla utilizará cédulas de papel. O PT chegou a pedir urnas eletrônicas para a Justiça Eleitoral, mas só 16 Estados autorizaram a concessão. Por isso, adotaram um modelo unificado. O resultado, tanto da presidência nacional do partido quanto dos Estados, deve ser divulgado ao longo da semana.
Nos pleitos anteriores, realizados em 2017 e 2019, a atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi eleita e reeleita presidente do PT com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de votação híbrida.
O mandato de presidente do PT é de 4 anos, sendo permitida até uma reeleição. Essa regra vale também para presidentes de diretórios estaduais e municipais. Trata-se de uma regra interna na legenda. Na lei brasileira, nada impede partidos de reelegerem seus dirigentes indefinidamente.
CANDIDATOS
Quatro nomes disputam o cargo. O ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva é considerado favorito. Ele é apoiado pelo presidente Lula e representa a corrente majoritária da legenda, da CNB (Construindo um Novo Brasil).
Caso seja eleito, Edinho, representante da CNB (Construindo um Novo Brasil) terá como uma de suas principais missões ajudar na organização da campanha de Lula à reeleição e na definição das estratégias do PT para o Congresso. O deputado federal Rui Falcão, 81 de anos, é tido como o principal adversário.
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