O candidato a presidente do partido afirma que a sigla se afastou da base da militância e alerta para a organização da extrema direita
O ex-prefeito de Araraquara e candidato à presidência do PT, Edinho Silva, publicou nesta 6ª feira (28.mar.2025) um manifesto de sua candidatura. No documento, ele coloca a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como prioridade para o partido, cita um afastamento entre a sigla e a base da militância. Eis a íntegra do manifesto (PDF – 188 kB).
“Nosso maior desafio imediato é garantir a reeleição do presidente Lula em 2026, o que depende da nossa capacidade política e de gestão, garantindo o êxito do nosso governo. Essa não será uma tarefa simples, pois enfrentaremos uma oposição radicalizada, apoiada pelo fascismo, que se organiza de maneira global, articulada e sustentada por interesses econômicos poderosos”, escreve.
Ele afirma no texto que o PT precisa ser um motor político e não só um partido apoiador de um governo. Além disso, afirma que a sigla precisa se atualizar para conversar com as novas dinâmicas da sociedade e do mundo do trabalho.
Segundo ele, o partido foi responsável por mudar a forma como se governa no país, incluindo a pauta social no dia a dia da administração pública. Com isso, teria criado um “modo petista de governar”, mas que enfrenta desafios internos e contradições.
“Contudo, ao longo desse caminho, também enfrentamos desafios internos e contradições. Nosso crescimento levou à institucionalização do partido, o que tem sido fundamental para a disputa de hegemonia na sociedade. Mas é verdade também que ocorreu o distanciamento das nossas bases”, afirmou.
E seguiu: “Precisamos reconhecer que a hegemonia conquistada nas urnas e nos espaços institucionais não se traduziu, na mesma intensidade, em uma hegemonia cultural e política duradoura na sociedade. A ofensiva neoliberal e a extrema-direita ocuparam territórios políticos e simbólicos que já foram nossos. Precisamos retomar esses espaços”.
Na manhã desta 6ª feira (28.mar), Edinho esteve com em Brasília com a corrente majoritária do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil). Esta ala apresentou resistência ao nome do ex-prefeito em reunião com Lula no início do mês. O racha existe, mas foi minimizado com a ratificação do apoio de Lula a Edinho.
No fim do manifesto, Edinho lista propostas para os próximos 10 anos do PT:
reorganizar o PT nas bases populares;
atualizar a estrutura partidária;
formar e politizar a nossa militância;
fortalecer a comunicação e a disputa ideológica;
aprofundar nossa inserção no mundo do trabalho;
construir um programa estratégico para o Brasil;
preparar o partido para as próximas eleições.