Hoje, há 40 beneficiários do programa para cada 100 pessoas com carteira assinada; em janeiro de 2023, no auge, eram 50
A dependência do Bolsa Família na economia brasileira caiu em julho de 2025 ao menor patamar desde o fim de 2021, antes de o programa social ser inflado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Hoje, há 40 famílias recebendo o auxílio do governo para cada 100 pessoas trabalhando com carteira assinada. Em janeiro de 2023, no auge, eram 50 beneficiários do Bolsa Família para cada 100 empregos formais. Os dados não consideram o setor público.
A proporção de emprego/benefício vem em tendência de queda desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com leves repiques em alguns meses, como mostra o infográfico a seguir:
O Bolsa Família atendia 19,6 milhões de famílias em julho de 2025, segundo os últimos dados disponíveis para comparação com o emprego formal. Essa é a menor quantidade de beneficiários desde o mesmo mês de 2022.
O programa vem diminuindo de tamanho aos poucos principalmente por 2 motivos:
aumento de renda – a economia aquecida e o desemprego no menor patamar histórico fazem com que mais pessoas se sintam incentivadas a trabalhar;
pente-fino – o governo intensificou em 2025 uma espécie de pente-fino nos cadastros do Bolsa Família para tirar pessoas que vinham recebendo o benefício de forma indevida.
Esses fatores, junto a uma alta no emprego formal, tornaram a economia do país menos dependente do Bolsa Família. Os últimos dados do Ministério do Trabalho mostram que há 48,4 milhões de pessoas trabalhando com carteira assinada no Brasil.
Especialistas afirmam que a Regra de Proteção, criada em 2023, foi a principal responsável pela melhoria nos índices do programa social e pelo aumento do trabalho com carteira assinada.
O mecanismo permite que o beneficiário do Bolsa Família que ascender de condição social e passar a ter renda de até R$ 706 por mês por pessoa possa receber metade do valor do benefício por até 1 ano.
Havia em julho 2,7 milhões de famílias atendidas pela Regra de Proteção. São beneficiários que conseguiram emprego ou montaram um negócio e estão em período de transição para parar de receber o Bolsa Família.
10 ESTADOS: + BOLSA QUE EMPREGO
Mesmo com a queda da dependência do Bolsa Família, há 10 Estados em que há mais pessoas no programa social que em trabalhos com carteira assinada. Há 1 ano, eram 12 unidades da Federação nessa situação. Em janeiro de 2023, eram 13.
O Maranhão tem 521,6 mil pessoas a mais recebendo Bolsa Família que em trabalhos com carteira assinada. O Piauí (294,7 mil) e a Bahia (185,4 mil) vêm na sequência desse ranking de dependência.
A melhor situação em números absolutos é registrada em São Paulo. O Estado tem 12,3 milhões de trabalhadores formais a mais que famílias no Bolsa Família.
MELHORA GENERALIZADA
Em todos os Estados e no Distrito Federal o emprego formal cresceu mais que o Bolsa Família, na comparação de julho deste ano com o mesmo mês de 2024.
A pior situação ainda é no Maranhão: há 1,77 beneficiário do Bolsa Família para cada trabalhador com carteira assinada. Há 1 ano, esse número era de 1,87.
Dos 10 Estados com as maiores dependências do programa social, 6 são do Nordeste e 4, do Norte.
Santa Catarina registra a menor taxa de dependência proporcional: tem 12 empregos formais para cada beneficiário do Bolsa Família. O Distrito Federal tem a 2ª menor, com 6 empregos formais para cada pessoa no programa social do governo.
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