Saldo negativo contabiliza o gasto com juros da dívida pública, que bateu recorde no ano e somou R$ 950,4 bilhões
O setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais– registrou deficit nominal de R$ 998,0 bilhões em 2024. Esse foi o maior valor nominal da série histórica, iniciada em 2002. O BC (Banco Central) divulgou o relatório “Estatísticas Fiscais” nesta 6ª feira (31.jan.2025). Eis a íntegra (PDF – 274 kB).
O resultado nominal das contas públicas inclui, além do saldo entre receitas e despesas, o pagamento dos juros da dívida. Em 2023, o deficit havia sido de R$ 967,4 bilhões. Piorou em 1 ano.
O principal motivo para o saldo negativo maior são os gastos com juros. A despesa foi de R$ 950,4 bilhões no acumulado do ano passado. Esse foi o maior valor da série histórica, iniciada em 2002.
A taxa básica deve subir para 14,25% ao ano na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), segundo o Banco Central. Está em alta para controlar a inflação, que está fora do intervalo permitido pela meta.
O pico do deficit nominal do setor público consolidado foi em julho de 2024, quando atingiu R$ 1,128 trilhão em valores nominais.
DEFICIT PRIMÁRIO
Ao excluir o pagamento da dívida pública, o setor público consolidado teve deficit primário de R$ 47,6 bilhões em 2024. O valor caiu em relação ao saldo negativo de R$ 249,1 bilhões de 2023.
DÍVIDA BRUTA
A DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) fechou 2024 aos 76,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Subiu 2,2 pontos percentuais no ano passado e 4,4 pontos percentuais no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O levantamento considera o endividamento do governo federal, do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), dos Estados e dos municípios. Em dezembro de 2024, a dívida era de R$ 9 trilhões em valores nominais.