Colegiado das Relações Exteriores, presidido por Filipe Barros (PL), quer ouvir Mike Benz, que acusa a agência de interferir na soberania de outros países
A Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou nesta 4ª feira (26.mar.2025) um convite para que Michael Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos no 1º mandato de Donald Trump (republicano), participe de uma audiência sobre a atuação da USaid (Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos).
O principal órgão público de ajuda humanitária dos Estados Unidos repassou ao Brasil US$ 82.864.757,00 (aproximadamente R$ 414 milhões) durante o 1º governo de Trump, de 2017 a 2020.
De acordo com Benz, a Usaid teria interferido nas eleições presidenciais do Brasil, em 2022, e em outros países, por determinação do governo de Joe Biden (democrata). Não há, porém, provas públicas que comprovem as declarações de Benz.
O autor do requerimento foi o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). O deputado declarou que o “verdadeiro interesse da agência era influenciar decisões, inclusive votos, nos países onde atuava”.
Responsável por 40% de toda a ajuda humanitária do mundo, a USaid ganhou destaque depois que Trump interrompeu o envio da ajuda externa em 26 de janeiro. Nas semanas seguintes, a gestão do republicano fechou os escritórios da agência e tirou seu site do ar.
A justificativa do líder da Casa Branca foi a de que “a indústria de ajuda externa e a burocracia dos Estados Unidos não estão alinhadas com os interesses norte-americanos e, em muitos casos, são antitéticas aos valores norte-americanos”. Disse também que órgãos como a USaid “servem para desestabilizar a paz mundial”.
EDUARDO RESPONDE
O requerimento foi aprovado na 1ª audiência, logo depois que o deputado Filipe Barros (PL-SC) foi eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores.
O colegiado foi pleiteado por Eduardo Bolsonaro (PL), que se licenciou para morar nos Estados Unidos.
Barros comentou sobre a aprovação do convite a Benz no X (ex-Twitter). O post foi respondido por Eduardo, que comemorou a aprovação e afirmou que a base governista agora tem o “deputado federal mais votado da história do Brasil, 24/7, nos EUA, informando as autoridades mundiais”.