Em reunião com representantes da Abiec em Tóquio, presidente destacou a produção de etanol brasileiro e abriu as portas para investidores japoneses
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil possui papel decisivo para a transição energética mundial. A fala se deu durante reunião da comitiva brasileira com representantes da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) em Tóquio, no Japão, nesta 3ª feira (25.mar.2025).
“O Brasil pode contribuir decisivamente para que o mundo diminua o uso de combustível fóssil”, afirmou o presidente, em vídeo divulgado no perfil oficial do governo federal no X (ex-Twitter).
Lula citou a produção de etanol como fator preponderante para a transição energética e abriu as portas para empresários japoneses que queiram investir no Brasil.
“Nós estamos percebendo um crescimento da transição energética, com o hidrogênio verde, com muita energia limpa. E o Brasil está dando um salto de qualidade na questão do etanol. Nós vamos conversar com o primeiro-ministro [japonês]. Se o Japão utilizar 10% de etanol na gasolina, é um salto extraordinário, não apenas para que a gente exporte, mas para que eles possam produzir no Brasil. Se tiver empresários japoneses que queiram fazer investimentos no Brasil, em todas as regiões, eles podem fazer”, declarou o presidente.
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA | Brasil pode ter papel decisivo na redução do uso global de combustíveis fósseis, discursou o presidente @LulaOficial, em Tóquio, em reunião com integrantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e representantes do Japão. pic.twitter.com/wmMSMPhl5k
— CanalGov (@canalgov) March 25, 2025
Lula falou sobre a corrente comercial entre Brasil e Japão, ou seja, a soma das importações e exportações entre países. Disse ser necessário “recuperar” a balança comercial com o país asiático.
“Em 2011, o fluxo da balança comercial entre Brasil e Japão chegou a 17 bilhões de dólares e, hoje, caiu para 11 [bilhões de dólares]. Então, significa que, de pronto, a gente tem US$ 6 bilhões para recuperar nessa minha visita aqui. Obviamente que um comércio exterior é uma via de 2 mãos. A gente tem que saber qual é a dificuldade que eles têm com relação ao Brasil e nós sabermos o que a gente tem que fazer para melhorar”, afirmou.
Segundo o Comex Stat, portal do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e dos Serviços) com dados do comércio exterior brasileiro, a corrente comercial entre Brasil e Japão somava pouco mais de US$ 17,343 bilhões. A balança era favorável ao Brasil, uma vez que o valor de exportações era de US$ 9,471 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 7,782 bilhões.
Em 2024, a corrente comercial entre Brasil e Japão somou US$ 11 bilhões, o que mostra uma redução de US$ 6 bilhões em negociações de bens entre os países. O Japão é apenas o 11º maior comprador de produtos brasileiros –o 3º da Ásia, atrás de China e Índia– e o 10º entre os países que mais vendem.
O saldo comercial (exportações menos importações) é baixo entre as nações. O Brasil exportou US$ 5,58 bilhões e importou US$ 5,43 bilhões. O superávit comercial do Brasil foi de US$ 147 milhões, o 67º no ranking de países.
Em outro momento da reunião, Lula declarou que levará empresários, deputados e “gente que possa vender” em todas as viagens que fizer. “O presidente da República, o que ele faz é abrir a porta, mas quem sabe fazer negócios são vocês”, afirmou.
Eis quem estava presente na reunião:
Alexandre Silveira (ministro de Minas e Energia);
Renan Filho (ministro dos Transportes);
Luiz Marinho (ministro do Trabalho);
Silvio Costa e Filho (ministro de Portos e Aeroportos);
Dr. Luizinho (deputado federal, PP-RJ);
Renildo Calheiros (deputado federal, PC do B-PE);
Luciana Santos (Ministra da Ciência e Tecnologia);
Isnaldo Bulhões (deputado federal, MDB-AL);
Davi Alcolumbre (presidente do Senado);
Luiz Inácio Lula da Silva (PT);
Hugo Motta (presidente da Câmara dos Deputados);
Rodrigo Pacheco (senador, PSD-MG);
Arthur Lira (deputado federal, PP-AL);
Odair Cunha (deputado federal, PT-MG);
Carlos Fávaro (ministro da Agricultura e Pecuária);
Pedro Lucas (deputado federal, PTB-MA);
Camilo Santana (ministro da Educação).