Brasil pode ser um dos mais prejudicados por Trump, diz Troyjo

Diplomata afirma que a política tributária de reciprocidade dos EUA deve impactar o setor nacional de minério

O diplomata brasileiro Marcos Troyjo disse nesta 3ª feira (25.fev.2025) que o Brasil pode ser um dos mais prejudicados pela política tributária de reciprocidade do presidente dos EUA, Donald Trump. Afirmou ainda que o ambiente de negócios no país e a carga tributária são empecilhos que dificultam o comércio internacional. 

“Hoje, uma série de entidades governamentais estão estudando quais são as medidas tarifárias e não tarifárias que se adotarão para que os Estados Unidos possam ter em suas relações bilaterais o mesmo tratamento tarifário que as exportações americanas. No Brasil, a tarifa média de importação de produtos norte-americanos é de 12%. Nos EUA, é 2%. Por essa ótica, o Brasil pode ser um dos países mais prejudicados”, declarou Troyjo, durante almoço organizando pela FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo). 

Neste mês, Trump assinou o decreto que estabeleceu a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA. A medida, divulgada pela Casa Branca, faz parte de uma política de proteção à indústria siderúrgica norte-americana. 

A decisão pode impactar a economia brasileira, já que os Estados Unidos são o principal comprador de ferro, aço e alumínio do Brasil. 

O país exportou US$ 6,37 bilhões em produtos de ferro, aço e alumínio em 2024, sendo que US$ 6,10 bilhões foram de ferro e aço e US$ 267 milhões foram de alumínio.

O levantamento foi feito pelo Poder360 com base no Comex Stat, que tem dados oficiais da balança comercial divulgada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Este jornal digital considerou os códigos 72,73 e 76, que são “ferro fundido, ferro e aço”, “obras de ferro fundido, ferro ou aço” e “alumínio e suas obras”. 

Perspectivas do setor de minério

O diretor de relações institucionais do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), Rinaldo Mancin, afirmou que o aço e o alumínio poderão sofrer impacto “direto” e “imediato” por conta das políticas tributárias de Trump. 

Depois dos anúncios das tarifas ao setor mineral, as ações da CSN (CSNA3) e da Usiminas (USIM5) recuaram, respectivamente, 0,78% e 1,43% na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). 

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-internacional/brasil-pode-ser-um-dos-mais-prejudicados-por-trump-diz-troyjo/

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