Projeto de corredor ferroviário quer ligar o Brasil ao porto de Chancay, no Peru, e reduzir tempo de transporte de cargas até a Ásia
O governo brasileiro assinou nesta 2ª feira (7.jul.2025) um memorando de entendimento com a China para desenvolver uma ferrovia de integração sul-americana. O objetivo é que os projetos sejam voltados ao planejamento de um corredor ferroviário que ligará o Brasil ao Peru, para transportar cargas para a Ásia em menos tempo.
O acordo foi assinado pelo Ministério dos Transportes, por meio da Infra S.A., MPO (Ministério do Planejamento e Orçamento) e a Casa Civil com a China Railway Economic and Planning Research Institute, braço estratégico do China State Railway Group.
O estudo terá como eixo central a análise de uma ferrovia de integração sul-americana que conecte o território brasileiro ao porto de Chancay, no Peru, administrado pela estatal chinesa Cosco (China Ocean Shipping Company).
INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA
A ferrovia faz parte de um plano maior que visa integrar os países da América do Sul. A iniciativa promete fortalecer o comércio sul-americano com o mercado do Pacífico asiático.
“Quero destacar a importância do sistema integrado de transportes, em particular as ferrovias […] em particular a bioceânica, vai integrar Atlântico e Pacífico. A integração Sul-americana é um dever constitucional […] buscamos com a ferrovia bioceânica, mas não apenas com a ferrovia, fazer cumprir a Constituição brasileira”, disse João Villaverde, secretário de Articulação Institucional do MPO.
A expectativa é de que a rota reduza em até 10 dias o tempo de transporte de cargas dos portos brasileiros no Atlântico até a Ásia. Estima-se que o Brasil exporte cerca de US$ 350 bilhões por ano para a China, sendo 60% desse valor composto por minério de ferro e soja.
Leia como será cada uma:
Rota 1: Ilha das Guianas – tem como objetivo destravar a comercialização de alimentos e bens de consumo final produzidos no Brasil para os países do norte do continente e do Caribe. No sentido da importação, o trajeto servirá para o escoamento da compra de petróleo da Margem Equatorial e de energia elétrica da Venezuela.
Rota 2: Amazônica – vai conectar a região amazônica aos países do Oeste do continente com saída ao oceano Pacífico. A expectativa é que o traçado fortaleça a venda de produtos da Zona Franca de Manaus para essas localidades. O trecho também vai ligar a região Norte ao Porto de Chancay, no Peru. O terminal é o maior investimento chinês na América do Sul e deve intensificar as rotas comerciais do continente com o país asiático pelo Pacífico. O porto foi inaugurado em novembro de 2024.
Rota 3: Quadrante Rondon – mira a saída pelo Pacífico através do Porto de Chancay, no Peru. Dessa vez, o escoamento para a costa oeste será da produção agrícola da região Centro-Oeste. Destaque também para a intensificação do comércio com a Bolívia, em especial para compra de fertilizantes.
Rota 4: Bioceânica de Capricórnio – deve beneficiar a exportação da produção agrícola aos países vizinhos, além de máquinas e equipamentos. Também mira o fortalecimento da demanda brasileira por fertilizantes. A expectativa é que reduza em até 10 dias o tempo de transporte de cargas entre regiões do interior do Brasil e países como China, Coreia do Sul e Japão.
Rota 5: Bioceânica Sul – é o traçado mais ao sul e o único que integra o Uruguai. Destaque para a exportação e importação de insumos, alimentos, máquinas e equipamentos e bens de consumo final para Argentina, Uruguai e Chile, além do mercado asiático.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-infra/ferrovia-brasil-china-integracao-sul-americana/