Anotação tinha frases sobre delação de Mauro Cid e minuta do golpe; STF iniciou uma ação penal contra o ex-presidente
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista a jornalistas nesta 4ª feira (26.mar.2025) carregando folhas com frases escritas para serem usadas como “cola” durante o discurso. O ex-presidente falou depois da decisão da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Veja a cola:
Nos papeis é possível ler as escritas de “Delação – 8 Tortura”, em referência a delação dada pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Também “Inquérito 1361/18”, referenciando ao inquérito da PF (Polícia Federal) sobre possíveis ataques contra o sistema eleitoral em 2018.
Bolsonaro assistiu ao resultado do julgamento no Senado, no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ao lado de aliados, e disse que optou por não comparecer presencialmente no Supremo porque “sabia o que iria acontecer”.
“Ontem eu fui ao Supremo. A decisão foi na última hora. Hoje resolvi não ir. Motivo? Obviamente eu sabia o que ia acontecer. […] Parece que tem algo pessoal contra mim. E a acusação é muito grave e infundada”.
Assista a íntegra do pronunciamento (37min):
JULGAMENTO
O julgamento se referiu só ao 1º dos 4 grupos de pessoas denuncias pela PGR (Procuradoria Geral da República) por tentativa de golpe de Estado em 2022. Trata-se do núcleo central da organização criminosa, do qual, segundo as investigações, partiam as principais decisões e ações de impacto social.
Estão neste grupo:
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.
Assista à íntegra deste 2º dia de julgamento (3h18min):
Instalada a ação penal, o Supremo terá de ouvir as testemunhas indicadas pelas defesas de todos os réus e conduzir a sua própria investigação. As partes podem pedir a produção de novas provas antes do julgamento dos crimes.
Terminadas as diligências, a Corte abre vista para as alegações finais, quando deverá pedir que a PGR se manifeste pela absolvição ou condenação dos acusados.
O processo será repetido para cada grupo denunciado pelo PGR, que já tem as datas marcadas para serem analisadas. São elas:
Leia a íntegra dos votos dos ministros:
Leia a cobertura completa no Poder360:
O que disseram as defesas neste último dia de julgamento: