Bolsonaro mira na impunidade e acerta no Pix, diz Gleisi

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou nesta 4ª feira (23.jul.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “mirou na sua impunidade e acertou” no Pix. O sistema de pagamento é um dos alvos das sanções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos.

Em publicação no X (ex-Twitter), Gleisi citou o artigo do economista norte-americano Paul Krugman, que ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2008, em que ele faz elogios ao sistema de pagamento brasileiro e diz que o Brasil pode ter inventado o futuro do dinheiro. 

“Em artigo, ele [Paul Krugman] explica que o Pix brasileiro incomoda muito o sistema financeiro dos EUA, porque concorre com as bandeiras de cartões Visa, Mastercard e outras, além de ser um ótimo exemplo para outros países também enfrentarem esse monopólio”, escreveu.

Gleisi também mencionou a declaração do professor de Harvard Steven Levitsky de que “o Brasil é um sistema mais democrático do que os Estados Unidos” e que “hoje as instituições brasileiras estão funcionando melhor” que as do país de Donald Trump (Partido Republicano).

“São duas ótimas leituras, para lembrar que o Brasil é muito melhor do que pensam Bolsonaro e seus seguidores”, afirmou a petista.

A publicação da ministra responsável pela articulação do governo com o Congresso se dá em um momento em que Bolsonaro reivindica que o Pix foi criação de sua gestão.

Segundo o ex-presidente, a investigação comercial contra o Brasil anunciada pelo governo norte-americano teria relação com o impacto causado pelo meio de pagamento nos bancos.

“O Pix tem nome: Jair Bolsonaro. Antes do Pix, você usava cartão. Os bancos perderam comigo, com Pix, TED e DOC, mais de R$ 20 bilhões. E eu não taxei o Pix”, declarou Bolsonaro em fala a jornalistas no Senado em 17 de julho.

PIX FOI CRIADO PELO BANCO CENTRAL ANTES DO GOVERNO BOLSONARO

O Pix não foi criado pelo governo Bolsonaro. A ferramenta foi desenvolvida pelo BC (Banco Central) em 2020, durante a gestão de Bolsonaro, mas a iniciativa começou em 2018, ainda no governo Michel Temer (MDB). O Banco Central anunciou oficialmente a criação do Pix em fevereiro de 2020, e ele entrou em funcionamento em novembro do mesmo ano.

Portanto, embora o lançamento tenha se dado no mandato de Bolsonaro, a concepção e o desenvolvimento do sistema foram liderados pelo Banco Central, de forma independente, e não por uma ação direta do governo federal.