Elon Musk, Bill Ackman e mais aliados se manifestaram em postagens no X e entrevistas; presidente dos EUA sinaliza que não pretende recuar
Pelo menos 7 bilionários e investidores que apoiaram ou foram a favor da candidatura de Donald Trump (Partido Republicano) se declararam contrários às tarifas que o presidente dos Estados Unidos apresentou na última 4ª feira (2.abr.2025).
Apesar das críticas, Trump não sinalizou que pretende recuar. Disse nesta 2ª feira (7.abr), por exemplo, que, se a China não voltar atrás, irá adicionar mais 50% em tarifas. As declarações mexeram com o mercado. As dúvidas dos agentes financeiros fazem com que haja uma busca por ativos mais seguros, como o dólar. Os investidores retiram dinheiro de mercados mais voláteis, como a Bolsa de Valores (leia mais abaixo).
Leia abaixo as reações:
“MÁ MATEMÁTICA”
Bill Ackman, fundador da empresa Pershing Square e apoiador declarado do republicano, disse que a implementação de tarifas “é um erro”. Também disse que “o presidente está perdendo a confiança de líderes empresariais ao redor do mundo. Isso não foi o que votamos”.
Em um post feito no X no domingo (6.abr.2025), escreveu: “A resposta certa, na minha visão, é uma pausa de 90 dias para dar ao presidente tempo de resolver com cuidado e estratégia nossa posição historicamente injusta no trading global”.
Ackman declarou ainda que a culpa não é de Trump, mas sim da sua equipe de conselheiros. “A economia global está sendo derrubada por causa da má matemática”, escreveu em uma publicação desta 2ª feira (7.abr).
O bilionário havia declarado seu apoio a Trump em julho de 2024, quando o republicano sofreu uma tentativa de assassinato em um comício.
TENSÕES INTERNAS
Elon Musk, um dos principais aliados da campanha de Trump e líder do Doge (Departamento de Eficiência Governamental), manifestou sua opinião em uma videoconferência ao congresso do Partido Liga, da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni (Irmãos da Itália, direita).
No sábado (5.abr), disse que espera por “tarifa zero” entre os EUA e a Europa. Segundo o anúncio de Trump, o país deve enfrentar uma tarifa geral de 20%.
CRÍTICAS INDIRETAS
O diretor-executivo do banco J.P Morgan, Jamie Dimon, publicou uma carta para acionistas nesta 2ª feira (7.abr). Sem mencionar Trump no documento, escreveu que as tarifas devem aumentar a inflação e levar a economia global a uma recessão. Disse que os EUA ficariam em uma posição enfraquecida.
“Existem muitas incertezas em torno da nova política de tarifas. Quanto mais rápido essa questão foi solucionada, melhor, porque alguns dos efeitos negativos aumentam cumulativamente ao longo do tempo e seriam difíceis de reverter”, declarou.
AVALANCHES
Boaz Weinstein, fundador da empresa Saba Capital, afirmou que a guerra comercial irá provocar uma série de falências por causa da venda acelerada de títulos de dívida corporativos. “A avalanche está apenas começando”, disse na 6ª feira (4.abr) em entrevista à Bloomberg.
Daniel Loeb, fundador da Third Point, tem uma avaliação parecida. No sábado (5.abr), disse que o desfecho do anúncio será um “teste do julgamento da administração e a sua ideologia”.
A declaração foi a legenda de um post do X em que compartilha um artigo da AEI (American Enterprise Institute). O texto diz que a fórmula de Trump para as tarifas não faz sentido econômico.
O bilionário Ken Fisher também se declarou contrário ao tarifaço. “O que Trump fez na 4ª feira é estúpido, errado, arrogantemente extremo, ignorante em termos de comércio e lida com um não-problema através de ferramentas equivocadas”, disse no X nesta 2ª feira (7.abr).
Stanley Druckenmiller, bilionário e fundador do Duquesne Family Office, escreveu nesta 2ª feira (7.abr) no X que não apoia “tarifas superiores a 10%”. O investidor não costuma se manifestar nas redes sociais. A declaração é uma referência a uma entrevista que concedeu para a CNBC.
Em 20 de janeiro, o bilionário havia afirmado à emissora que o risco de retaliação pelas tarifas era “o menor dos dois males” se ficassem abaixo de 10%.
AÇÕES DERRETIDAS
O dólar comercial fechou a R$ 5,911 nesta 2ª feira (7.abr), com alta de 1,29%. A moeda norte-americana encerrou o dia no maior valor desde 28 de fevereiro, quando era de R$ 5,916. Os investidores reagem com aversão a risco diante das incertezas da economia global.
O Hang Seng, índice de Hong Kong, tombou 13,22%, a maior queda em 3 décadas. Os mercados europeus também tiveram queda.
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/bilionarios-que-apoiaram-trump-criticam-tarifas/