Agência de notícias “Reuters” fala em 38 mortes e mais de 100 feridos em porto iemenita
Ataques aéreos dos Estados Unidos contra um terminal de combustível no Iêmen deixaram pelo menos 38 pessoas mortas na 5ª feira (17.abr.2025), segundo informações da emissora Al Masirah, controlada pelos houthis, e citada pela agência Reuters. Este foi um dos dias mais letais desde que os norte-americanos iniciaram suas operações militares contra os rebeldes apoiados pelo Irã.
Segundo a emissora, 102 pessoas ficaram feridas nos bombardeios ao porto ocidental de Ras Isa. O Comando Central dos EUA afirmou que o objetivo era “cortar uma fonte de combustível” para o grupo militante Houthi.
Assista ao vídeo do ataque (20s):
🚨BREAKING: The U.S. Air Force heavily bombed Yemen’s Ras Isa fuel port, controlled by the Houthis, two hours ago.
Over 38 Houthi terrorists ELIMINATED.
🇺🇸🇮🇱 pic.twitter.com/pxFB2TkmaQ
— Vivid.🇮🇱 (@VividProwess) April 18, 2025
Os Estados Unidos prometem manter os ataques em larga escala iniciados em março, a menos que os houthis interrompam suas ações contra navios no Mar Vermelho. Esta é a maior operação militar norte-americana no Oriente Médio desde que o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), assumiu o cargo em janeiro.
“O objetivo desses ataques foi degradar a fonte econômica de poder dos houthis, que continuam a explorar e trazer grande sofrimento a seus compatriotas”, declarou o Comando Central dos EUA em publicação na rede social X (ex-Twitter).
Os houthis lançam ataques com drones e mísseis contra embarcações desde novembro de 2023. O grupo afirma visar navios ligados a Israel em protesto contra a guerra na Faixa de Gaza.
Durante um cessar-fogo de 2 meses no enclave, os rebeldes interromperam os ataques às rotas marítimas. Apesar de prometerem retomar as ações depois de Israel reiniciar sua ofensiva em Gaza em março, os houthis não reivindicaram novos ataques recentemente.
Em março, 2 dias de operações militares norte-americanas resultaram na morte de mais de 50 pessoas, segundo autoridades houthis.
Os houthis controlam a capital iemenita Sanaa e outras áreas do norte e oeste do país desde 2014, quando iniciaram uma guerra civil contra o governo estabelecido depois dos protestos da Primavera Árabe, que derrubaram o então presidente Ali Abdullah Saleh em 2011.
O conflito transformou o Iêmen no país com uma das maiores crises humanitárias do mundo, com milhões de pessoas dependentes de ajuda para sobreviver.
QUEM SÃO OS HOUTHIS
Os rebeldes houthis, também conhecidos como Ansar Allah, são um movimento político e militar que representa principalmente a seita Zaidi, uma vertente do islamismo xiita no Iêmen.
Eles se consideram parte do “eixo de resistência” liderado pelo Irã, que inclui também o Hamas e o Hezbollah libanês.
Especialistas no Iêmen, país onde os houthis expandiram seu controle durante anos de guerra civil, afirmam que o grupo parece ser motivado principalmente por questões domésticas e por sua base de apoio, embora mantenha alinhamento ideológico com o Irã.
De novembro de 2023 a janeiro de 2025, os rebeldes houthis atacaram mais de 100 navios mercantes e afundaram 2, matando 4 marinheiros. Os ataques houthis tinham como objetivo declarado pressionar pelo fim da guerra entre Israel e Hamas em Gaza.
Trump tem feito declarações contra o Irã, que, segundo o governo dos EUA, financia as atividades dos houthis. O líder norte-americano afirmou que iria responsabilizar o governo iraniano por todos os ataques executados pelo grupo rebelde do Iêmen.
Já o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou em março que seu país não precisa de intermediários na região e que os rebeldes houthis do Iêmen agem por motivações próprias.
Leia a mensagem do Comando Central dos EUA na íntegra:
“Destruição do Terminal de Combustível de Ras Isa Controlado pelos Houthis
“Os Houthis continuam a se beneficiar econômica e militarmente de países e empresas que fornecem apoio material a uma organização estrangeira designada como terrorista. Os Houthis, apoiados pelo Irã, usam o combustível para sustentar suas operações militares, como instrumento de controle e para obter lucro por meio da apropriação indevida dos rendimentos da importação. Esse combustível deveria ser legitimamente fornecido ao povo do Iêmen. Apesar da designação como organização terrorista estrangeira, que entrou em vigor em 5 de abril, navios continuaram a abastecer com combustível o porto de Ras Isa. Os lucros dessas vendas ilegais estão financiando e sustentando diretamente os esforços terroristas dos Houthis.
“Hoje, as forças dos Estados Unidos agiram para eliminar essa fonte de combustível dos terroristas Houthi apoiados pelo Irã e privá-los da receita ilegal que tem financiado os esforços do grupo para aterrorizar toda a região há mais de 10 anos. O objetivo desses ataques foi enfraquecer a fonte de poder econômico dos Houthis, que continuam a explorar e causar grande sofrimento aos seus compatriotas. Este ataque não teve a intenção de prejudicar o povo do Iêmen, que tem todo o direito de se libertar do jugo da dominação Houthi e viver em paz.
“Os Houthis, seus mestres iranianos e todos que conscientemente ajudam e facilitam suas ações terroristas devem estar cientes de que o mundo não aceitará o contrabando ilícito de combustível e material bélico para uma organização terrorista.”
Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-internacional/ataque-dos-eua-contra-houthis-deixa-mortos-no-iemen/